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Academia de boxe sob viaduto troca sucata por 'padrão Fifa'
CARLOS CECCONELLO RODRIGO MACHADO DE SÃO PAULOA Garrido Boxe, que começou como uma academia "de sucata" comandada pelo ex-pugilista Nilson Garrido, 57, ganhou musculatura.
No lugar dos equipamentos improvisados com peças de carro, sacos rasgados, geladeiras velhas e latas de tinta cheias de concreto, entram 60 aparelhos novos, "coisa de primeiro mundo".
Segundo Garrido, a reforma custou cerca de R$ 700 mil e foi patrocinada pela rede de academias Smart Fit.
Sob o viaduto Alcântara Machado, na Mooca, desde 2006, a academia não cobra mensalidade. "Pedimos no máximo uma colaboração de R$ 20, para quem puder", diz.
Antes, o público ia de carroceiros a viciados em droga. Agora, vai do "cara que chega descalço" ao "que estaciona seu Fusion e vem malhar".
Entre os frequentadores há também, segundo Garrido, militares e membros do Grupo de Operações Especiais da Polícia Civil de SP.
O projeto teve início sob um viaduto no Bexiga, há 14 anos --o boxeador foi homenageado na faixa "Balboa da Silva", da banda Bixiga 70.
Os planos agora são para o "primeiro ringue no mundo de MMA debaixo do viaduto" --Garrido procura quem ensine gratuitamente a luta.
Para ele, o projeto ajuda a revitalizar a região e as pessoas. O lutador Anderson Silva, ídolo da molecada, já visitou a academia onde passam até 500 pessoas por dia, segundo seu idealizador.
O sonho de Garrido é que saia dali "talvez o maior campeão do mundo".