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Em áudio, Bernardo pede socorro, madrasta ameaça e pai não reage

'Vocês me agrediram', afirma em um trecho o garoto de 11 anos, que foi morto em abril no RS

Para advogado do pai do menino, conversa não o incrimina pela morte; advogado de Graciele não foi encontrado

DE PORTO ALEGRE

O menino Bernardo Boldrini, 11, que foi morto no interior do Rio Grande do Sul em abril, aparece gritando por socorro e sendo ameaçado de morte pela madrasta, Graciele Ugulini, em vídeo usado como prova no processo.

Um trecho de áudio da gravação, divulgado pela RBS TV, mostra o garoto discutindo com Graciele e o pai. "Vocês me agrediram, tu me agrediu", diz o menino.

O vídeo foi gravado em agosto de 2013, cerca de oito meses antes do crime, e encontrado em um celular do pai de Bernardo, o médico Leandro Boldrini.

Graciele e Leandro estão presos e respondem na Justiça pela morte do garoto.

Na gravação, Graciele diz ao menino que "vai agredir mais" e afirma: "Tu não sabe do que eu sou capaz".

Em outro trecho da gravação, feita na casa da família, em Três Passos (a 466 km de Porto Alegre), a madrasta diz: "Eu prefiro apodrecer na cadeia a viver nesta casa contigo incomodando".

O garoto diz: "Queria que tu morresse". Graciele retruca: "Vamos ver quem tem mais força". Mais adiante, ela fala: "Vamos ver quem vai para baixo da terra primeiro".

Leandro não reage à ameaça. Ele aparece em três momentos. Diz para o garoto se acalmar e afirma que "ninguém merece ser xingado". "Quem que começou a bagunça [briga]?", diz, no início.

O vídeo foi anexado ao processo na semana passada e é uma nova prova para a acusação, que aponta envolvimento do pai no assassinato.

A delegada Caroline Machado, que foi ouvida na terça (26) na primeira audiência do processo, afirmou que o vídeo mostra o pai "se omitindo totalmente" diante do conflito na família.

Segundo ela, as imagens foram feitas em uma tentativa de mostrar que o menino tinha comportamento agressivo e problemático. Em determinado momento, os gritos de socorro de Bernardo atraem PMs até a casa.

Também estão presos sob suspeita de envolvimento na morte os irmãos Edelvânia e Evandro Wirganovicz.

OUTRO LADO

A defesa de Leandro nega qualquer participação dele no crime. Procurado, o advogado Jader Marques disse que o vídeo mostra um conflito que já era conhecido, entre o garoto e a madrasta, mas não comprova o envolvimento do pai no assassinato. Para ele, o médico era apenas "condescendente" com a situação.

Graciele disse, em depoimento, que a morte de Bernardo foi acidental, por erro na dosagem de um calmante dado ao enteado. O advogado dela não foi localizado para comentar a gravação.

Evandro Wirganovicz nega qualquer participação no assassinato do menino e Edelvânia admite ter ajudado a ocultar o corpo após sofrer "pressão psicológica".


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