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Polícia apura ofensas a jovem negra em site

Moradora de Muriaé (MG) recebeu cerca de mil comentários sobre foto em que aparece com o namorado, branco

'Onde comprou essa escrava?', escreveu um internauta na página; delegado vai pedir ajuda da polícia de SP

DO UOL, EM BELO HORIZONTE DE SÃO PAULO

A Polícia Civil de Minas Gerais investiga a publicação de comentários de teor racista dirigidos a uma jovem negra que aparece abraçada ao namorado, branco, em uma foto na rede social Facebook.

O inquérito foi aberto na última quarta-feira (27), após Maria das Dores Martins, 20, denunciar os ataques à polícia na cidade de Muriaé (a 370 km de Belo Horizonte).

Segundo a jovem relatou nesta sexta (29) ao "Encontro com Fátima Bernardes", da TV Globo, ela começou a receber mensagens no dia 17.

Em um dos quase mil comentários feitos em sua página na internet, um internauta escreveu: "Onde comprou essa escrava?". Em seguida, disse: "Me vende ela".

"Parece até que estão... na senzala", publicou outro.

"Achei muito triste. Na hora, fiquei surpresa com tudo o que estava acontecendo, mas depois meu namorado e minha família me deram força. Foi uma atitude corajosa [de ter feito a denúncia]. Acho que todo mundo deve denunciar", afirmou Maria das Dores à reportagem.

A jovem contou ter desativado a página na rede social após a repercussão do caso, mas, a pedido da polícia, recuperou o perfil virtual.

IDENTIFICAÇÃO

De acordo com o delegado Eduardo Freitas da Silva, o caso será investigado com apoio da Delegacia Especializada em Crimes Cibernéticos, de Belo Horizonte.

Ele afirmou que já conseguiu identificar o Estado de origem da maioria dos autores dos comentários e que grande parte é de São Paulo.

O policial informou que vai encaminhar um ofício aos administradores do Facebook solicitando a identificação dos usuários do site.

"Alguns são perfis falsos, mas outros são de pessoas reais, identificáveis", disse.

Os suspeitos serão intimados a depor. "Vamos contar com a ajuda da Polícia Civil de São Paulo para que essas pessoas sejam ouvidas nas delegacias mais próximas de suas residências", afirmou.

Ainda de acordo com o delegado, os autores poderão responder pelo crime de injúria, que, nos casos referentes a raça, cor e etnia, prevê prisão de um a três anos e pagamento de multa.


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