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Santa Casa recebe mais do que atende, diz auditoria

No ano passado, R$ 40 milhões deixaram de ser usados em atendimentos

Pouco produtiva, instituição fez um terço da média de consultas dos 47 hospitais de ensino paulistas

ROGÉRIO PAGNAN NATÁLIA CANCIAN THAIS BILENKY DE SÃO PAULO

A auditoria das contas da Santa Casa de São Paulo revela que o hospital central recebeu do governo do Estado mais de R$ 40 milhões por atendimentos que não chegou a realizar em 2013.

Maior unidade do complexo que forma a Santa Casa, o hospital central recebeu R$ 180 milhões para atendimentos de média e alta complexidade, mas prestou serviços que custaram R$ 139 milhões, 23% a menos do contratado.

Por contrato, a diferença não precisa ser devolvida, mas requer explicação dos dirigentes. O valor é próximo à dívida que a Santa Casa diz ter com seus fornecedores, estimada em R$ 45 milhões.

O levantamento, obtido pela Folha, é o primeiro resultado da auditoria do governo paulista após o fechamento do pronto-socorro do hospital, por 28 horas, em julho.

O pente-fino é condição do governo para continuar a dar verbas ao complexo. A Santa Casa não comentou os dados.

A auditoria, com membros das três esferas de governo e do Conselho Estadual de Saúde, analisa a gestão da instituição, o maior hospital filantrópico da América Latina.

"A baixa produtividade foi constatada em diversos serviços relacionados à assistência", diz o documento.

Os R$ 180 milhões são apenas uma parte dos valores recebidos pela Santa Casa em 2013. A instituição obteve, por meio de convênio com a Secretaria Estadual de Saúde, R$ 421,8 milhões em verbas federais e estaduais.

MÉDIA

O levantamento aponta que a Santa Casa fez um terço da média de atendimentos dos 47 hospitais de ensino paulistas conveniados ou vinculados ao SUS no Estado.

O hospital central registrou 5,3 consultas por sala ao dia em 2013, ante uma média de 14,5 dos hospitais de ensino. Um deles, não identificado pela auditoria, atendeu 32,8.

O desempenho das cirurgias não foi muito melhor. A Santa Casa fez 1,4 intervenção por sala ao dia. A média dos hospitais foi de 2,3.

O desequilíbrio de resultados na Santa Casa também se reflete em outros serviços.

A taxa de reoperações (nova cirurgia causada por complicação) foi de 6,3% no hospital central, superando a média de 4,1% dos hospitais.

A Santa Casa enfrenta ainda problema comum a hospitais planejados para casos complexos e graves. Realizou 6.000 internações de baixa complexidade, que deveriam ser resolvidas em unidades básicas. A média dos hospitais foi de 1.800. A auditoria deve ser concluída até dia 29.


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