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Foco

Ciclistas reclamam de pneu furado por tachinhas em ciclovia de Pinheiros

Frequentadores dizem não saber quem espalhou objetos na via da rua Artur de Azevedo

THAIS BILENKY DE SÃO PAULO

Ciclistas estão espantados com a mais recente manifestação de hostilidade que enfrentam nas ruas de São Paulo: tachinhas.

Espalhadas pela ciclovia da rua Artur de Azevedo, têm deixado muitos pneus murchos pelo bairro de Pinheiros, na zona oeste da capital.

Frequentadores da rua dizem não saber quem é o responsável, mas circula a desconfiança de que comerciantes insatisfeitos com a faixa podem estar por trás do ato.

Paulo Filho, dono de um café que vende acessórios para bicicletas na rua, conta que, desde a última sexta-feira (10), cinco clientes relataram ter tido o pneu furado por percevejos na ciclovia.

Rafa Rodo, proprietário de um bar e oficina de bicicletas na região, afirma que já atendeu oito clientes com o problema desde quinta-feira (9).

Dea Zanella, funcionária da floricultura A Bela do Dia, que usa a bicicleta para entregar arranjos, foi uma das vítimas. No sábado (11), ela percorreu toda a ciclovia da rua Artur de Azevedo.

Nesta segunda (13), chegou para trabalhar e o pneu estava murcho. "Foi triste de ver", reclama Zanella.

"Quem fez deve estar insatisfeito, mas o gesto não fará sumir a faixa nem os ciclistas. Ter bicicletas na rua é bom, mas pode demorar até todo mundo entender."

Carlos Felipe Carreira, dono de uma papelaria na Artur de Azevedo, afirma que a ciclovia "prejudicou muito" o seu negócio. "Meus clientes reclamam que não têm mais onde parar o carro, nem rapidinho", diz. O comerciante relata que a insatisfação é generalizada entre os pares na rua.

Segundo Carreira, o autor do ato "deve ter dinheiro para gastar", porque as tachinhas usadas custam mais do que "aquela tradicional, que a gente colocava na cadeira do professor, sabe?".

O modelo espalhado é o acetinado e colorido. Na papelaria de Carreira, a caixa sai por R$ 6. A tradicional, acobreada, custa R$ 2,50.

A reportagem esteve na ciclovia nesta segunda e encontrou 20 tachinhas pretas e amarelas em duas quadras da via.

O estudante Francisco Kerche, 17, usa a faixa diariamente e considera o ato "patético". "É uma tentativa de jogar contra a ciclovia, mas 80% da população é a favor. Que bobagem fazer isso", diz.

Rosa Bafile, 27, relações-públicas, teve ambos os pneus furados duas vezes. Agora, ela disse que mudou o trajeto. "O que é menos seguro, porque tenho que andar na via normal." Bafile afirmou que foi orientada pela Secretaria das Subprefeituras a registrar a ocorrência.

A Folha não conseguiu contato com o órgão nem com a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego).


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