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Ré é expulsa no primeiro dia de julgamento da morte de coronel

Suspeita de matar Ubiratan Guimarães em 2006, Carla Cepollina interrompeu relato de delegado

Advogada de defesa chegou a ser proibida de fazer perguntas a testemunha; acusada depõe hoje

TALITA BEDINELLI DE SÃO PAULO

O primeiro dia de julgamento de Carla Cepollina, 46, foi tumultuado a ponto de a própria ré ter sido expulsa da sessão. Até sua advogada chegou a ser proibida de fazer perguntas a uma testemunha.

Carla é acusada de matar o então namorado, o coronel da PM Ubiratan Guimarães, comandante do Massacre do Carandiru. O oficial foi baleado em seu apartamento, nos Jardins, zona oeste de São Paulo, em 9 de setembro de 2006.

Ela é julgada por suspeita de homicídio triplamente qualificado -crueldade, motivo fútil e sem chance de defesa- e caso seja condenada, pode ficar 30 anos na prisão. Carla sempre afirmou ser inocente.

A investigação a apontou como única responsável. Conforme o inquérito, ela foi a última pessoa a ser vista entrando no apartamento e teria cometido o crime por ciúmes.

O julgamento foi iniciado às 15h40 de ontem no fórum na Barra Funda (zona oeste), após quase três horas de atraso.

Foram selecionados sete jurados -apenas uma mulher.

Durante toda a sessão, encerrada às 23h20, a defesa tentou trazer dúvidas sobre a autoria do crime e sobre qualidade das provas no inquérito.

Na saída do plenário, Carla falou com a imprensa. "O julgamento foi positivo. Eles [a Promotoria] não têm nada, nenhuma evidência científica. Confio na Justiça", disse.

DELEGADO

À tarde, logo no início da sessão, Liliana Prinzivalli, mãe e advogada da ré, dispensou as cinco testemunhas de defesa. Segundo ela, as provas já são favoráveis à filha.

Outras duas testemunhas, estas de acusação, não compareceram: Renata Madi e Fabrício Guimarães.

Renata é promotora da Polícia Federal e enviou uma mensagem de celular ao PM no dia do crime, o que, diz a acusação, desencadeou uma briga que resultou no assassinato.

Guimarães, filho do coronel, teria passado mal.

A primeira testemunha foi Odete Adoglio de Campos, 85, vizinha do coronel. Ela contou que ouviu um barulho após as 19h, mas pensou que uma pilha de pratos havia caído. Só ficou sabendo do crime na madrugada seguinte.

O clima esquentou com a segunda testemunha: o delegado Marco Antonio Olivato, que investigou o caso.

Liliana acusou-o de ter chantageado a filha, dizendo que, se não confessasse o crime, sua mãe seria presa, pois havia sido autuada por posse irregular de armas.

O policial negou ter feito a afirmação. Carla se exaltou e o interrompeu: "Falou, sim".

O juiz Bruno Ronchetti de Castro então declarou que a ré não poderia se manifestar e, por isso, deveria se retirar.

Cerca de uma hora depois, a defensora foi proibida de fazer mais perguntas ao delegado por, conforme o juiz, estar se portando como uma testemunha. Liliana já havia sido advertida diversas vezes.

Após pedir desculpas, foi autorizada a questioná-lo. Os trabalhos devem ser retomados hoje às 12h. O dia será marcado pelo depoimento da própria Carla.


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