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Análise

Reprovação a Kassab reflete demanda por ações mais amplas

ALESSANDRO JANONI DIRETOR DE PESQUISAS DO DATAFOLHA

Gilberto Kassab (PSD) chega ao final de seu segundo mandato com alta taxa de reprovação. Quando o assunto é rejeição ao prefeito, só ganha de Celso Pitta.

Situação oposta à que viveu no final da primeira gestão, quando era aprovado pela maioria dos paulistanos. A taxa dos que esperavam um governo ótimo ou bom de Kassab na ocasião era equivalente à dos que hoje têm expectativa positiva quanto ao desempenho de Fernando Haddad (PT).

Virou lugar comum evocar a teoria da complexidade para justificar a baixa popularidade do atual prefeito. Isto é, o eleitor, desinformado e sem o repertório adequado, não conseguiria identificar as melhorias que a gestão Kassab fez.

Afinal, a grande maioria dos paulistanos, até os mais escolarizados, admite, na pesquisa Datafolha, não compreender, por vezes, as ações da prefeitura justamente por parecerem complicadas demais.

Então, seria de fato apenas imagem? Segundo os dados, o atributo de imagem mais associado ao atual prefeito é o de que ele respeita mais os ricos, tendência que se potencializa na periferia da capital.

A percepção encontra fundamento ao se observar os resultados do projeto DNA Paulistano, pelo qual o Datafolha mediu a avaliação dos moradores de cada um dos 96 distritos da cidade sobre vários aspectos do bairro onde vivem.

Em apenas oito deles, os índices melhoraram nos últimos quatro anos. Os distritos que têm notas de satisfação abaixo da média ficam justamente nas regiões mais carentes da cidade, especialmente nos extremos das zonas leste e sul. A reprovação a Kassab nesse bairros cresce sete pontos percentuais.

Com esses resultados, fica fácil explicar a vitória de Haddad, sobretudo nessas áreas.

Isso porque a maioria dos eleitores diz que a situação da cidade e de seu bairro juntamente com as propostas do candidato são os fatores de maior peso na decisão do voto para prefeito. E como a maior parte não enxerga outros canais de participação, acaba por depositar na eleição a única esperança de influir no governo.

Para quem admite dificuldade em entender a lógica da gestão pública, o eleitor demonstra profunda coerência.


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