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Vestibular da Unesp usa respostas com gabarito decifrável

A cada cinco questões, prova usava rodízio de letras que não se repetiam, mantendo sequência C, E, B, A e D

Vunesp deve concluir nos próximos dias a análise estatística das respostas entregues pelos vestibulandos

LAURA CAPRIGLIONE DE SÃO PAULO JULIANA GRAGNANI COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A vestibulanda Melyna Souza, 17, é uma ótima aluna da Escola Técnica Estadual de São Paulo, melhor escola pública da capital, 9ª no ranking do Enem de 2011.

Disputando uma vaga no curso de design na Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Melyna acertou todas as 90 questões da primeira fase do vestibular, realizada no último dia 18. Nem ela esperava. "Mano, gabaritei", comemorou.

Para essa performance, Melyna contou com uma ajudinha providencial, que, por incrível que pareça, veio da própria Vunesp, a fundação que organiza a seleção dos novos alunos da Unesp.

Com 90 testes de múltipla escolha, o que se esperava é que a prova tivesse mesma proporção de cada uma das alternativas (A, B, C, D e E), de modo que alguém que chutasse a mesma letra em toda a prova, só conseguiria perfazer 20% de acertos.

Em seguida, seria esperado que as alternativas corretas estivessem embaralhadas. Foi o que não ocorreu.

Em cada grupo de cinco questões, as letras A, B, C, D e E estão nas respostas, sem repetição. Nas quatro versões da prova, se um grupo se iniciasse com a alternativa C, as quatro questões seguintes teriam como respostas corretas, respectivamente, as alternativas E, B, A, D.

"Eu fiz as 20 primeiras questões, que eram de inglês e português. Aí fui preenchendo a folha de rascunho do gabarito e percebi que havia uma sequência em cada bloco de cinco questões, e que ela seria sempre a mesma", disse Melyna.

As questões seguintes foram de história e geografia, disciplinas em que se considera proficiente. Melyna fez algumas questões, que foram batendo com a sequência descoberta. "Fazendo a prova, tive mais certeza ainda", conta.

As questões do final da prova eram de exatas. "Nas últimas dez questões, fiz só uma de cada bloco e completei com a sequência."

OBJETIVIDADE

Segundo Ocimar Alavarse, professor da Faculdade de Educação da USP e especialista em avaliação educacional, "a Vunesp não seguiu o padrão". Para ele, a resolução de uma questão específica deve depender unicamente do conhecimento. "Introduziu-se um viés que desfavorece a objetividade da avaliação."

A nota da primeira fase da Unesp é somada à nota da segunda fase. O resultado é dividido por dois. Em escolas arduamente disputadas, como medicina (185,3 candidatos por vaga), em que a aprovação final no vestibular depende de décimos de nota, "um acerto a mais pode resultar na aprovação", lembra Alavarse.

A Vunesp deve concluir nos próximos dias a análise estatística das respostas entregues pelos vestibulandos, quando se pronunciará a respeito de possíveis providências que tomará.

Em nota oficial, disse que "provas e gabaritos foram montados pelo computador na hora de impressão". O resultado da primeira fase será divulgado em 4 de dezembro.


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