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Macarrão afirma que Bruno ordenou morte de Eliza Samudio

Em depoimento no júri, Luiz Romão disse ter recebido ordem do amigo para levá-la até seu matador

Ele afirmou que deixou ex-namorada de goleiro no local combinado e partiu, sem ver o que aconteceu depois

ROGÉRIO PAGNAN PAULO PEIXOTO ENVIADOS ESPECIAIS A CONTAGEM (MG)

Após mais de duas horas de interrogatório, Luiz Henrique Romão, o Macarrão, disse ontem ser inocente e que o ex-goleiro Bruno Fernandes ordenou a morte de sua ex-amante Eliza Samudio, em junho de 2010.

A afirmação foi feita por volta das 2h. Seu depoimento havia começado às 23h10 de anteontem. Até então, o réu, acusado de participação no crime, nunca havia falado oficialmente sobre a morte da modelo.

Com voz embargada e uma indisfarçável ameaça de choro, Macarrão, amigo de Bruno e na época seu secretário particular, disse ter recebido ordem do ex-goleiro para levar Eliza até seu matador.

Segundo ele, Bruno lhe pedira que a levasse até um ponto na Pampulha, em Belo Horizonte, onde um homem a esperava. "Eu estava pressentindo que ela iria morrer."

Nessa parte do depoimento, ele chorou. Afirmou ter tentado demover Bruno da ideia. Conforme ele, o ex-goleiro lhe disse: "Faz o que estou dizendo, larga de ser bundão".

O interrogatório no julgamento foi interrompido para ele se recompor. A plateia reagiu com expectativa: "Será que vai contar quem matou?".

Quando voltou a falar, o réu disse ter obedecido a ordem do amigo/patrão.

Macarrão afirmou que o ex-goleiro enganou Eliza, que achava que estava sendo levada para um apartamento.

Ele afirmou tê-la deixado onde um Fiat Palio a esperava e saído do lugar rapidamente. Não viu o que aconteceu depois. "Eu estava apavorado. Quase bati o carro."

Procurando a mãe de Eliza na plateia, Macarrão disse que, se soubesse onde está o corpo, ele contaria.

Questionado pela Promotoria sobre os boatos de que seria homossexual, por causa da tatuagem em que expressa sua "amizade" e "amor verdadeiro" a Bruno, Macarrão disse que isso não é verdade.

"Não há dinheiro de ação que pague o tanto que fui humilhado dentro do sistema por causa disso", afirmou.

O interrogatório da acusação acabou por volta das 4h com o réu reafirmando a sua inocência no assassinato.

Com a confissão de que participou do desaparecimento de Eliza, Macarrão pode ter a pena reduzida, se for condenado. A confissão é atenuante prevista em lei. Sua defesa disse que ele assumiu, na versão apresentada ao júri, pequena participação no homicídio.

Bruno só será julgado em março, com a ex-mulher, Dayanne Souza, e com Marcos Aparecido dos Santos, o Bola. Além de Macarrão, continua a ser julgada Fernanda Gomes de Castro, então namorada do ex-goleiro em 2010.

"Só agora tive certeza de que Eliza foi assassinada", disse Fernanda, em depoimento, ontem. Ela não havia acompanhando as afirmações de Macarrão. Disse ainda não saber por que está sendo acusada, alegando que só foi chamada para cuidar do bebê de Eliza.

O julgamento continua hoje.


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