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Companhias aéreas se equipam para atender emergências a bordo

Empresas começam a oferecer "médico remoto" e aparelhos desfibriladores nas aeronaves

Equipamentos não são obrigatórios pela Anac; hoje ainda é comum contar com ajuda de um eventual médico a bordo

CLÁUDIA COLLUCCI RICARDO GALLO DE SÃO PAULO

Empresas aéreas brasileiras começam a oferecer "médico remoto" e desfibrilador (aparelho usado para restabelecer ou reorganizar o ritmo cardíaco) para atender emergências a bordo.

Há dois meses, a TAM fechou parceria com a empresa americana Medaire, que presta atendimento médico remoto. Também está comprando desfibriladores para os voos internacionais e treinando a equipe.

A Azul já está com toda a frota de aviões equipada com desfibriladores externos automáticos. A Gol informou que tem desfibriladores em alguns de seus aviões, mas não disse em quantos. A Avianca não respondeu à reportagem da Folha.

No Brasil, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) não obriga as empresas a oferecer o aparelho. Já nos EUA, o equipamento é obrigatório.

"É inadmissível que, em pleno século 21, uma pessoa morra dentro de um avião de parada cardíaca por falta de um desfibrilador. Isso, para mim, é falta de cidadania", diz o cardiologista Sergio Timmerman, do InCor (Instituto do Coração).

Ele lembra que semanas atrás a American Airlines festejou a "quinquagésima vítima de parada cardíaca salva dentro das suas aeronaves".

Um estudo feito na empresa mostra que a taxa de sobrevida passou de zero (antes dos desfibriladores) para 53% neste ano.

Hoje, diante de uma emergência cardíaca, a prática mais comum entre as companhias aéreas é contar com a ajuda altruística de um eventual médico a bordo, nem sempre preparado para atender esses casos.

ACORDO

O acordo entre a TAM e a Medaire para o atendimento médico remoto está em vigor desde setembro deste ano.

O serviço funciona assim: quando um passageiro passa mal, o comissário aciona o piloto, que entrará em contato com a empresa via satélite e descreverá os sintomas que a pessoa apresentar.

Baseado na descrição, o médico remoto indica quais os procedimentos que deverão ser tomados.

Segundo o cardiologista Paulo Magalhães Alves, vice-presidente de saúde em aviação da Medaire, a assistência é feita em português, 24 horas por dia.

Ele explica que, se a situação for grave, o médico que está prestando a assistência remota poderá recomendar que a aeronave desvie para um aeroporto mais perto.

"É preciso ter independência para tomar essa decisão", diz ele. Se essa for a recomendação, a empresa já localiza qual a cidade que está mais bem aparelhada para receber aquele paciente. "Se for uma parada cardíaca, por exemplo, e a pessoa é desfibrilada (ressuscitada com uso do desfibrilador), é preciso transferi-la para um hospital que tenha uma UTI cardiológica."

Por ser um serviço de aconselhamento remoto, os passageiros que necessitarem de medicação ainda vão precisar da autorização de um médico voluntário a bordo.


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