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Helena Gama Duarte Garcia (1910-2012)
Lena e o sempre presente Mário
ESTÊVÃO BERTONI DE SÃO PAULOAos 20 anos, Helena Gama Duarte Garcia casou-se. Aos 30, ficou viúva, com quatro filhos para criar. O marido, Mário, embora tenha morrido precocemente num acidente de avião, continuaria presente na vida de toda a família.
Helena nunca deixou de falar dele -com amor, como lembra a neta Ana Luísa. Os familiares ouviam tantas histórias suas que sentiam ter vivido a São Paulo da década de 30. Sabiam, em detalhes, tudo sobre os antepassados.
Irmã de Raul Duarte, que foi diretor da TV Record, Helena conheceu o marido porque tomava o mesmo bonde que ele. Mário, de família rica, descia na avenida Paulista. Ela seguia até a Aclimação.
No início, os pais dele foram contra o namoro, mas a união, em 1930, foi inevitável. Em 1940, Mário trabalhava na Azevedo & Travassos, uma empresa de engenharia, quando morreu. Seu chefe, condoído pela situação, convidou Helena para trabalhar no local, como secretária.
Depois, Lena, como era conhecida, entrou para o Tribunal Regional do Trabalho, onde iria se aposentar por volta dos 70 anos de idade, na função de chefe do almoxarifado.
De nada reclamava e nunca ficava parada: bordava para a Liga das Senhoras Católicas e, até os cem anos, ainda tinha sua rodinha de tranca. Todas as quartas, em casa, reunia a família em almoços.
Sempre viveu rodeada de Mários: seus três filhos homens (Mário Sérgio, Mário Eduardo e Mário Luiz), netos e bisnetos carregam o nome.
Helena morreu na segunda-feira (26), aos 102 anos, de falência de órgãos. Teve quatro filhos, 12 netos, 26 bisnetos e quatro trinetos.
