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José Gomes de Sousa (1928-2012)

Trepinha, o palhaço mais antigo do Ceará

ESTÊVÃO BERTONI DE SÃO PAULO

Quando interno num colégio fora da cidade, José Gomes de Sousa usou as férias para rever a família em Bonito de Santa Fé (PB). Só então soube que a mãe tinha morrido, e o pai, se casado de novo.

Por isso, fugiu de casa com o circo que passara pela região. Tinha 12 anos na época.

Nos primeiros anos com a trupe, cuidou dos animais, montou e desmontou a lona e fez serviços de limpeza. Até que, um dia, Trepa Trepa não pôde subir ao picadeiro, e o circo precisou, em cima da hora, de um palhaço substituto. Chamaram José, que, aos 17 anos, virou Trepinha.

Aprendeu o ofício observando os outros palhaços. E nunca mais deixaria de botar a mesma pintura no rosto. Rodou o país, foi até a Guiana Francesa arrancar risadas e acabou em Fortaleza (CE), onde se tornou funcionário do Theatro José de Alencar.

Não se sabe se palhaçada sua ou não, mas, namorador, dizia ter feito, em suas andanças, 32 filhos. Só do último casamento, com Maria da Conceição, morta em 2011, teve sete, como conta a filha Andrea.

Era também mágico, trapezista, malabarista e músico. Trabalhou em circos grandes e pequenos e chegou a ter a própria lona -duas foram queimadas por maridos ciumentos. Mesmo assim, repetia que "palhaço é aquele que sabe onde mete o nariz".

Conhecido como o mais antigo palhaço em atividade no Ceará, fez de tudo no Theatro José de Alencar: foi porteiro, zelador e contrarregra.

Ficava ainda na porta atraindo público para o teatro, onde acabou sendo velado. Com problemas no coração, morreu na segunda (26), aos 84 anos, após duas paradas cardíacas.


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