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Tradição e pechincha explicam sucesso da '25'

Fama que dura 50 anos leva, por dia, até 1 milhão de pessoas à rua do centro paulistano

GUILHERME GENESTRETI DE SÃO PAULO

A fama de meca da pechincha já rendeu até samba: "25 de Março/ Mão de obra da Turquia (...)/ Aqui caro sai barato/ E tem até prestação". "Bazares", música atribuída a Adoniran Barbosa, vendedor de tecidos ali nos anos 1930, dá a pista de que a vocação comercial da 25 de Março é, no mínimo, octogenária.

A tradição é um dos motivos de a rua estar sempre acompanhada por números nas casas do milhão e do bilhão. Ela é a resposta à seguinte indagação: por que toda véspera de Natal leva 1 milhão de pessoas por dia a um trecho de 2,5 km do centro? É porque sabe a "25" oferece os melhores preços da cidade e a maior variedade.

"Quem nunca ouviu falar da 25?", pergunta Heliana Vargas, professora de arquitetura da USP e especialista em comércio e desenvolvimento urbano. "Existe uma imagem, e ela é real, de que ali se compra em quantidade, variedade e em conta."

Para sustentar essa reputação, os comerciantes se valem da economia de escala. Isso significa que as lojas podem reduzir o percentual de lucro na venda de cada peça para ganhar no volume total.

A estratégia tem dado certo. Em 2011, o comércio local faturou cerca de R$ 17 bilhões, quase um quinto do auferido por todas as lojas de shopping do Brasil.

"O volume de clientes é muito grande, o que permite oferecer preços mais interessantes", explica o economista Claudio Felisoni de Angelo, professor da USP.

A pouca sofisticação das instalações também entra na conta e torna a área mais competitiva que um shopping, por exemplo.

Mas se engana quem pensa que a 25 só atrai as classes mais baixas. Cada vez mais a região vê uma clientela A e B circular em meio a ambulantes que anunciam bolsas "lui vitão" (no lugar de Louis Vuitton) e "cabelo natural".

Segundo pesquisa Datafolha de 2011, 84% dos paulistanos com renda familiar superior a dez salários mínimos por mês já fizeram compras na 25. "Tem madame que fala que não vem, mas vem", garante Solange Chohfi, comerciante do local.


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