Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Cotidiano

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Humberto Leopoldo Magnavita Braga (1927-2012)

Advogado que escreveu o próprio obituário

ESTÊVÃO BERTONI DE SÃO PAULO

Humberto Braga, que era escritor, fez há uns dois anos um pequeno resumo de sua trajetória profissional. Seu desejo, que confidenciou a Walter Fontoura, ex-diretor de "O Globo", era que suas linhas fossem publicadas quando morresse.

Usando 473 palavras, contou que lecionou história do pensamento econômico na Uerj, foi da Academia Carioca de Letras e escreveu "Oriente é Vermelho" e "Juízo e Circunstância". Não citou no texto, mas publicou mais três livros.

Natural de Salvador, mudou-se aos 17 para o Rio, onde se formou em medicina. Psiquiatra, atuava na área quando começou a estudar direito. A filha Ana Cristina diz que Humberto fez o curso para alegrar o pai, Leopoldo, "jurista que publicou 81 obras".

O que mudou radicalmente sua vida, como conta a família, foi ter conhecido, na praia, Negrão de Lima, que foi ministro, governador da Guanabara e prefeito. O político levou-o para trabalhar, e ele abandonou a medicina.

Em seu texto, destaca que foi secretário de Estado de Planejamento, Finanças e Serviços Sociais e conselheiro, até 1997, do Tribunal de Contas, cujo espaço cultural leva seu nome desde 2006.

Em 1973, opôs-se a uma lei estadual que "criava novo caso de dispensa de licitação" e, em 1996, posicionou-se contra a privatização do Banerj.

Em 1998, recebeu a Ordem do Rio Branco, como escreveu em seu obituário publicado no sábado, em "O Globo".

Morreu na sexta, aos 85, de insuficiência renal e hepática, segundo a família. Deixa viúva, duas filhas, três netos e bisneto. Foi cremado com um livro nas mãos: "A Tragédia da Espanha", que estava relendo.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página