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DHPP solucionou só 29,5% dos crimes que investigou em 2012

Índice é um dos piores desde 2001; governo diz que ocorreu apenas mudança na metodologia

AFONSO BENITES DE SÃO PAULO

O DHPP, o departamento que investiga a maioria dos homicídios ocorridos na capital paulista e em parte da região metropolitana, atingiu em 2012 um de seus piores índices de esclarecimento de crimes desde 2001.

Apenas 29,5% dos delitos investigados pelo órgão (entre eles, homicídios, chacinas e desaparecimentos) foram solucionados. Dos 4.627 crimes, 1.364 tiveram a investigação concluída.

Os dados constam de pesquisa feita pelo órgão a pedido do Ministério Público.

A Folha obteve os dados entre 2001 e 2012. Nesse período, o ano com mais esclarecimentos foi o de 2005, quando atingiu a marca 65% de solucionamento. De lá para cá, a queda tem sido gradual, com exceção do ano de 2009 (veja quadro).

A Secretaria da Segurança Pública, porém, afirma que não houve menos esclarecimentos, mas uma mudança no método de avaliação (leia texto nesta página).

Entre os casos que deixaram de ser solucionados estão 23 das 24 chacinas ocorridas no ano passado na capital e na Grande São Paulo. O único caso que foi resolvido não teve a participação do DHPP, mas da Corregedoria da Polícia Militar, que prendeu seis PMs suspeitos de matarem três homens.

ANTIGO EXEMPLO

Com 32 delegados e quase 400 policiais, o DHPP é o maior departamento especializado em investigar homicídios do Brasil. Já chegou a ser considerado uma referência.

"Essa redução mostra que nos últimos anos a Polícia Civil foi muito desvalorizada. Sem investimento nela, é óbvio que os esclarecimentos vão cair", afirmou a socióloga Samira Bueno, secretária-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Para o advogado Marcos Fuchs, diretor-adjunto da ONG Conectas Direitos Humanos, ao não punir um homicida, o Estado passa para o cidadão uma sensação de insegurança. "O criminoso vai achar que é fácil passar impune por um crime. Isto pode ser um estímulo para o aumento da criminalidade", disse.

O baixo índice de esclarecimento de crimes foi um dos motivos da queda do diretor do DHPP, Jorge Carlos Carrasco. No dia 9, ele foi substituído pela delegada Elisabete Sato, que chegou com a missão de melhorar essa estatística.

Os dois delegados não foram encontrados para comentar o assunto.

Em 2012, o DHPP concentrou a maioria das apurações de mortes suspeitas da capital paulista. Neste ano, segundo o governo, a concentração de inquéritos será revista.


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