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Prefeitura muda gestor em clínica de viciados
Local é o único do município que trata dependentes; contrato com o Hospital Samaritano não foi renovado neste mês
O custo do trabalho, de R$ 18,8 milhões por ano, era investigado pelo Ministério Público, como antecipou a Folha
A Prefeitura de São Paulo vai mudar o gestor do Said (Serviço de Atenção Integral ao Dependente), na zona sul de São Paulo, a única clínica do próprio município a tratar viciados em drogas.
O serviço era administrado pela OS (Organização Social) do Hospital Samaritano desde 2010, mas o contrato de parceria não foi renovado neste mês.
O custo do trabalho, que é de R$ 18,8 milhões/ano (ou R$ 20 mil/mês para cada um dos 80 dependentes tratados), era investigado pelo Ministério Público, conforme a Folha antecipou no final do ano passado.
Anteontem, a Autarquia Hospitalar Municipal, responsável pelo contrato, havia publicado uma consulta pública para avaliar os termos de um edital para a contratação de uma nova entidade para o serviço.
Nele, ela previa que o contrato poderia custar até R$ 19,1 milhões por ano.
Ontem, o Ministério Público abriu novo inquérito para investigar a consulta pública e o novo preço, mas a prefeitura decidiu cancelar o edital, dizendo que a publicação foi precipitada.
Segundo Paulo de Tarso Puccini, secretário-adjunto da Saúde, o valor praticado pelo contrato é "inviável".
Ele diz que a prefeitura buscará uma parceria com o Ministério da Saúde para avaliar o investimento mais adequado para o local.
O Said, no entanto, não passará a ser administrado diretamente pela prefeitura. Haverá um novo edital para a contratação de um órgão privado.
Segundo Puccini, a decisão foi tomada porque não haveria tempo hábil para realizar concurso para a contratação de profissionais até 30 de março, prazo que o Samaritano tem para deixar a instituição.
O Samaritano afirma que o rompimento partiu dele, mas não explicou os motivos. Disse apenas que a decisão foi comunicada à prefeitura em outubro do ano passado.