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Júlia Alzira Abud (1930-2013)

Vera, apaixonada por Santa Juliana

ESTÊVÃO BERTONI DE SÃO PAULO

Vera soube que não se chamava Vera, como acreditara a vida toda, no final da década de 40, ao ter de tirar um documento. Seu nome era Júlia Alzira Abud, mas até hoje quase ninguém sabe disso.

O que aconteceu foi que, quando ainda nem tinha nascido, seu pai quis uma coisa, e sua mãe, outra. Miguel Abud, o pai, gostava muito de uma sobrinha (Júlia) e quis homenageá-la dando seu nome à filha que estava para nascer. Já a mãe, Alzira, decidiu que a menina se chamaria Vera.

Na prática, a vontade da mãe prevaleceu. Só que seu pai a registrou, secretamente, como Júlia Alzira. O que ela só foi descobrir mais tarde.

Nascida em Araxá (MG), Júlia, ou seja, Vera mudou-se cedo para Santa Juliana, município mineiro que hoje tem 11.337 habitantes. Lá, o pai, imigrante libanês, teve um armazém de secos e molhados.

Quando o pai morreu, mais de 50 anos atrás, a família toda decidiu vir para São Paulo. Vera, não. Apaixonada pela cidade, escolheu ficar lá.

Trabalhou como secretária da prefeitura, teve um bar e, nos últimos anos, manteve uma pequena loja de roupas.

Como lembra a irmã Gledes, Vera tinha compulsão por compras. Às vezes, adquiria pela segunda vez a mesma roupa, por ter esquecido que já a possuía. A irmã a descreve também como divertida.

No meio do ano passado, veio a São Paulo cuidar de um câncer. Passou por uma cirurgia em setembro e conseguiu voltar para sua cidade para ver a posse do prefeito Kiko (PR), de quem era amiga.

Pegara uma pneumonia e morreu no domingo (13), aos 82, devido a uma septicemia. Solteira, não deixa filhos.

coluna.obituario@uol.com.br


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