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Foco

Atendimento tradicional da Casa Godinho é tombado

JAIRO MARQUES DE SÃO PAULO

No empório Casa Godinho, o atendimento não pode mudar. E agora isso é oficial.

O armazém, fundado em 1888, na rua Líbero Badaró, no centro de São Paulo, é oficialmente o primeiro bem imaterial tombado por um órgão do município, o Conpresp (conselho municipal de preservação do patrimônio histórico).

A decisão unânime pelo tombamento imaterial foi publicada no "Diário Oficial" na semana passada e reconhece a "referência na memória afetiva" que moradores de São Paulo têm do local e sua "notável referência espacial".

A Casa Godinho, remanescente de estabelecimentos comerciais de São Paulo entre o final do século 19 e meados do século 20, mantém até hoje atendimento por meio de um grande balcão, na entrada do imóvel.

Personalidades como Assis Chateaubriand, Adhemar de Barros e Jânio Quadros foram clientes do local que, a partir de agora, tem de preservar as características do serviço prestado.

"Fiquei muito contente e lisonjeado com essa decisão de tombamento. Trabalhamos duro para manter uma tradição e vê-la reconhecida é muito gratificante", afirmou Miguel Romano, 54, dono da casa nos últimos 19 anos.

Romano explica que os custos para manter o local nos padrões do início do século passado são altos, mas, depois de informados, os clientes acabam entendendo as razões de os produtos serem mais caros por lá.

"Os profissionais são treinados e temos uma atenção imensa com o mobiliário, com o piso e com os materiais. Caso não fosse assim, se modernizássemos para baratear custos, seríamos apenas mais uma casa de secos e molhados", afirma.

O Conpresp analisa desde 2009 se serão tombados também elementos internos da Casa Godinho como o balcão e as prateleiras.

Bens imateriais como o sotaque da Mooca e a tradicional Festa de San Gennaro também estão na fila para reconhecimento.


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