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Ladrões de bicicleta

Ação de criminosos que cortam correntes 'como manteiga' torna Ibirapuera inseguro para bikes; só em janeiro, parque teve metade dos furtos de 2012

ESTÊVÃO BERTONI DE SÃO PAULO

João Puerro Neto, 37, ficou sem bicicleta há três meses, no Ibirapuera, porque o cadeado que usou para prender sua magrela a uma árvore foi rompido com "alicate que corta corrente que nem manteiga".

A descrição que o professor de fisioterapia escutou sobre a eficácia do corte feito por um ladrão que levou embora sua Trek Navigator, de R$ 2.550, saiu da boca de um guarda municipal do parque.

A GCM (Guarda Civil Metropolitana), responsável pela segurança do Ibirapuera, na zonal sul de São Paulo, nunca registrou tantos casos como o de Puerro Neto como agora.

Em 2012, o número de registros de furtos de bike no parque feitos pela guarda civil foi de 31, contra apenas três do ano anterior. De 2006 a 2011, a média de crimes do tipo no local era de apenas três por ano.

Os índices continuam preocupantes e já fazem do Ibirapuera um dos mais inseguros pontos para amarrar uma bicicleta. Só em janeiro deste ano, já foram 15 furtos -a metade de todo o ano passado.

Os números foram conseguidos pela reportagem por meio da Lei de Acesso à Informação -e, na realidade, podem ser maiores, pois há vítimas que não buscam ajuda.

Eduardo de Siqueira Bias, comandante-geral da GCM, diz que o hábito de se silenciar após o furto tem mudado: os ciclistas cada vez mais procuram a guarda para registrar o crime, o que explica, segundo ele, a alta do número em 2012.

Bias afirma que o aumento dos frequentadores do parque (que tem recebido 150 mil pessoas nos fins de semana) e a especialização dos criminosos, com o uso de alicates que cortam as correntes em poucos segundos, também ajudaram a elevar o índice de furtos.

Para combatê-los, a GCM aumentou seu efetivo de 140 para 165 homens no parque e conta com 11 câmeras de segurança. Uma delas flagrou no último sábado (23/2) a ação de um criminoso, que, acobertado por outro homem, sacou o alicate da mochila, cortou o cadeado e levou a magrela. Os guardas foram avisados do crime, mas não conseguiram prender o ladrão, que agiu perto do portão seis.

O comandante da guarda diz que há a previsão de inauguração, daqui a um mês, de um bicicletário no Ibirapuera, com um guarda controlando a entrada e a saída das bikes. A medida ainda está sendo discutida com a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente.

BOLETIM DE OCORRÊNCIA

A GCM orienta as vítimas de furto a procurar uma delegacia para fazer um BO, o que ajuda a mapear as áreas de maior vulnerabilidade. O professor Puerro Neto não o fez.

Sem esperanças de reencontrar sua bicicleta, que tinha acabado de ser paga e foi furtada entre as 14h e as 16h de 9 de dezembro, período que passou dentro da Bienal aproveitando o último dia da exposição, ele já comprou outra. Precisava dela para trabalhar.


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