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Rio faz ocupação tranquila de favelas para instalar novas UPPs
Operação ocorre num momento em que o Estado enfrenta problemas de corrupção policial
Governo afirma que ação abre caminho para a entrada no Complexo da Maré, onde vivem 130 mil pessoas
Em 25 minutos e sem tiros, cerca de 1.500 policiais e 200 fuzileiros navais em 17 blindados da Marinha ocuparam, por volta das 5h de ontem, o complexo de 13 favelas do Caju (na região portuária) e a Barreira do Vasco (na zona norte), abrindo caminho para a instalação de duas novas UPPs (Unidade de Polícia Pacificadora) -a 31ª e a 32ª.
A ocupação foi considerada pelos policiais a mais tranquila nos quatro anos de programa das UPPs, num momento em que o Estado encara problemas de corrupção e a volta de traficantes em favelas onde já há unidades.
O secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, afirmou que não é "mercador de ilusão", que tem uma política de segurança a seguir e que está combatendo a corrupção.
Foram usadas britadeiras e retroescavadeiras para destruir barricadas de concreto erguidas pelo tráfico. Ao longo do domingo, cerca de 20 pessoas foram presas.
Segundo a secretaria, a operação começou em 14 de fevereiro e ontem foi o "dia D". Foram apreendidos fuzis, submetralhadoras e granadas, além de 86 kg de cocaína e 263 kg de maconha.
"É o renascimento de uma região", disse o governador Sérgio Cabral (PMDB).
É o último passo, diz a secretaria, antes de ocupar as favelas do Complexo da Maré, que têm mais de 130 mil habitantes, antes da Copa das Confederações de junho.
MORADORES
Pela primeira vez, 15 cavalos do Regimento de Cavalaria da PM foram levados para ajudar na aproximação entre polícia e comunidade.
No fim da tarde, o churrasco ocorria normalmente, com TVs nas portas das casas sintonizadas no Flamengo e Botafogo. Militares penduraram os fuzis e assistiam ao jogo.
Os moradores reclamavam das ruas sem asfalto e sinalização, do lixo, da iluminação e do transporte público, precário. Ontem a prefeitura recolheu 25 toneladas de lixo e consertou pontos de luz.
Parte da operação foi monitorada em tempo real. Policiais militares usaram um equipamento chamado "mochilink", que transmite o passo a passo da tropa na favela.