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Polícia investiga médicos suspeitos de pagar para não fazer plantões
Fraude ocorria com dedos de silicone em serviço da Grande SP
Seis médicos do Samu (Serviço de Atendimento Médico de Urgência) de Ferraz de Vasconcelos, Grande SP, pagavam R$ 4.800 ao coordenador do serviço na cidade, Jorge Luiz Cury, para não trabalhar nos quatro plantões de 24 horas que deveriam fazer por mês, diz a prefeitura. A polícia investiga o caso.
Anteontem, quando o esquema foi descoberto, a médica Thauane Nunes Ferreira, 28, foi presa em flagrante usando dedos de silicone com impressões digitais para marcar o ponto de seis colegas.
À polícia, ela afirmou ter sido coagida por Cury. A defesa da médica conseguiu um habeas corpus e ela foi solta no mesmo dia.
Entre os médicos suspeitos, estaria Aline Monteiro Cury, 26, filha do coordenador do Samu. De acordo com Acir Filló (PSDB), prefeito da cidade, Aline é contratada há três anos e nunca trabalhou.
Segundo Carlos Cesar Alves, secretário municipal de Segurança e Planejamento Urbano de Ferraz, Thauane disse à prefeitura que cada médico que participava do esquema pagava R$ 4.800 por mês a Cury pelos quatro plantões de 24 horas que não faziam. Mais oito médicos são suspeitos de participar do esquema.
Segundo o delegado responsável pelas investigações, os suspeitos podem ser indiciados por falsificação de documento público, estelionato e formação de quadrilha. Thauane vai responder ao crime em liberdade. Cury e os outros médicos devem ser intimados a prestar depoimento.
A reportagem não conseguiu localizar Jorge Luiz Cury, coordenador do Samu, e Aline Monteiro Cury, sua filha, nem os advogados dos dois.
Segundo Celestino Gomes Antunes, advogado da médica Thauane, ela é "uma vítima desse esquema". Ele disse ainda que Thauane sempre estava presente nos plantões do Samu.