Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Especial

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Embaixador de Ribeirão

Cartas e fotos deixadas por Antônio Machado Sant'Anna ao filho recontam parte da história de Ribeirão e do jornalista

LUIS FERNANDO WILTEMBURG COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE RIBEIRÃO PRETO

"Papai está cumprimentando a senhora do Jânio [Quadros], a dona Eloá." Segurando uma foto da posse do ex-presidente, o advogado Sérgio Machado Sant'Anna ilustra a importância do pai, o jornalista Antônio Machado Sant'Anna (1906-1981).

Sérgio tem em casa um acervo de fotos, reportagens, documentos e cartas deixadas pelo pai que restituem parte da história local e do país. No material, mostra o pai em fatos que marcaram a história do país.

O bom relacionamento com figuras nacionais e internacionais e certa influência nos governos estadual e federal o tornaram "embaixador" de Ribeirão Preto.

Com base nesse acervo, pode-se dizer que o jornalista teve força política para lutar por causas da cidade entre as décadas de 1940 e 1970.

Sant'Anna esteve, por exemplo, nas inaugurações da Faculdade de Medicina de Ribeirão, da USP, e do aeroclube e na transferência do terreno para obras da Recra.

Por participar desses fatos, pessoas que conhecem o período dizem que ele merece mais reconhecimento do que tem. Machado Sant'Anna não escapa, porém, de críticas.

O "baú" do jornalista tem imagens com os ex-presidentes Jânio e Juscelino Kubitschek --de quem era amigo--, e políticos como Salgado Filho e Fernando Costa, ministros, baronesas e aviadores.

"Era muito querido e conceituado", diz Sérgio sobre o pai, que conheceu até os presidentes dos EUA John Kennedy e Dwight Eisenhower.

Nascido no distrito de Bonfim Paulista, Sant'Anna começou no jornalismo em 1924, no jornal "A Cidade". Em 1940, comprou o "A Tarde" em sociedade com Onézio da Mota Cortez.

Após dez anos, vendeu o periódico e, depois, adquiriu o "Diário da Manhã", que controlou até 1964, quando foi instaurada a ditadura.

Após ter seu jornal fechado pelos militares, passou a viver em São Paulo, trabalhando para Assis Chateaubriand (1892-1968), o Chatô, de quem era correspondente em Ribeirão. "Pensaram que o jornal dele era de esquerda. Não era. Era municipalista, nacionalista", disse o filho.

Dono de "A Palavra", outro jornal fechado à época, Divo Marino disse que não conheceu Sant'Anna pessoalmente, mas que ele tinha um perfil progressista.

"Ele é de um período que representava o reformismo progressista. Tinha muito prestígio e liderança. Mas foi mais um representante do conservadorismo."

Para o empresário Rui Flávio Chúfalo Guião, cuja família era amiga de Sant'Anna, o jornalista era idealista. Mesmo tendo sido dono de jornais, não tinha muitas posses. "Era muito briguento, mas muito voltado a Ribeirão. Fazia todo tipo de atividade para promover a cidade."


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página