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Pequenos negócios têm novas fontes de recursos
Cresce o número de programas do governo e de investidores no setor
Iniciativas tentam melhorar o acesso ao crédito, que é um gargalo na expansão das pequenas empresas
Programas e iniciativas públicas e privadas, lançadas nos últimos anos, tentam resolver um dos principais gargalos para a expansão dos pequenos negócios no Brasil: o acesso ao crédito.
Embora ainda existam restrições para micro e pequenas empresas (MPEs) obterem recursos para suas atividades, as opções de financiamento têm aumentado, afirmam especialistas.
Entre as novidades, estão iniciativas como a abertura de agências especializadas em atender os empresários de menor porte e a criação de programas para financiar empresas nascentes de tecnologia, as chamadas start-ups.
Foram criadas ainda linhas específicas para investimento em inovação e franquias, via BNDES (veja ao lado).
Na esfera privada, o surgimento de incubadoras e aceleradoras de negócios e dos investidores especializados em empresas inovadoras criaram novas fontes de recursos para as microempresas, diz Márcio Iavelberg, da consultoria Blue Numbers.
"Com a renda fixa pagando menos, investidores passaram a aplicar seu capital em empresas promissoras."
Para Carlos Alberto dos Santos, diretor técnico do Sebrae, apesar das novas alternativas, o crédito bancário --primeira opção de muitos microempresários-- ainda oferece barreiras.
Segundo ele, as instituições não possuem modelos de análise de risco adequados às realidades das MPEs, que têm planejamento orçamentário e informações mais limitados que as grandes.
A dificuldade é maior na obtenção de empréstimos para inovação ou ampliação, cujo impacto nas contas futuras da empresa é "mais difícil de dimensionar", diz.
"Por consequência, muitos empresários utilizam o crédito para capital de giro, em geral mais caro, para investir."
Segundo Iavelberg, outro obstáculo é a exigência de garantias e de tempo mínimo de CNPJ (seis meses, em média) para a concessão do capital.
PRIORIDADE
Destravar o crédito para os pequenos negócios é uma das prioridades da recém-criada Secretaria da Micro e Pequena Empresa, segundo disse à Folha Guilherme Afif Domingos, responsável pela pasta.
Uma das iniciativas em discussão é usar recursos do depósito compulsório dos bancos para abrir novas linhas de crédito para as MPEs, voltadas a investimentos. A proposta já foi discutida com os principais bancos e deve ser submetida ao Banco Central até o final deste ano, diz.