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Especial - megacondomínios

Condomínios querem ser saída para locomoção difícil

Empreendimentos multiúso apostam no apelo de evitar deslocamentos

Produtos ficam em áreas com perspectiva de valorização; metro quadrado costuma ficar acima de R$ 10 mil

DANIEL VASQUES DE SÃO PAULO

O trânsito intenso e o transporte público cheio em horário de pico viraram argumento de venda para os empreendimentos multiúso que vêm sendo lançados pelas incorporadoras em São Paulo.

O apelo das empresas ao comprador é que ele precisará se deslocar menos pela cidade, já que centros de compras, restaurantes e salas comerciais farão parte do mesmo terreno em que ficam os prédios residenciais.

Em relação a grandes complexos, como o Parque Global (zona sul), a ser lançado neste mês, o Parque da Cidade (também na zona sul) e o bairro planejado Jardim das Perdizes (zona oeste), já lançados, a aposta é que se tornem polos de serviços.

Todos eles ocupam amplos terrenos. A área dos três somada atinge cerca de 550 mil metros quadrados, o equivalente a um terço do parque Ibirapuera.

Já a soma de todas as unidades vendidas nesses três projetos é estimada em R$ 17 bilhões --aproximadamente o PIB (Produto Interno Bruto) do Tocantins em 2010 (dado mais recente).

O público-alvo são compradores de alta renda --o metro quadrado, em geral, varia de R$ 10 mil a R$ 15 mil (ante R$ 7.900 do preço médio da cidade)--, que buscam morar ou investir em áreas valorizadas, próximas a polos corporativos e a importantes vias de acesso, como a marginal Pinheiros.

INVESTIMENTO

A aposta das incorporadoras em complexos multiúso atrai investidores que veem nesses empreendimentos uma forma de conseguir renda com aluguel ou lucro com uma revenda.

Um dos motivos é que, além do apelo de conjugar moradia, trabalho e lazer em um mesmo espaço, os empreendimentos se localizam em bairros que, segundo analistas do mercado, têm perspectiva de valorização do metro quadrado, como Barra Funda (zona oeste) e Chácara Santo Antônio (zona sul).

Essas antigas regiões industriais têm preço acima do valor médio cobrado na cidade, mas ainda é mais barato comprar lá do que em bairros vizinhos, como o Itaim Bibi e Perdizes (zona oeste).

Com a paisagem dessas regiões mudando, os investidores esperam que a diferença de valores em relação aos bairros mais caros diminua.

Embora edifícios multiúso já existissem na cidade, como o Conjunto Nacional, na avenida Paulista, concluído na década de 1950, e o Brascan Century Plaza (zona sul), um interesse mais acentuado por esse tipo de produto é recente, afirma Bruno Vivanco, vice-presidente comercial da imobiliária Abyara Brasil Brokers.

"Caíram os juros e muita gente tomou tombo na Bolsa. Aumentou muito a demanda para o mercado", diz.

Do lado das construtoras, a abertura de capital de boa parte das empresas, a partir de 2007, propiciou "dinheiro abundante para investimentos", o que levou a um incremento nos lançamentos imobiliários nas áreas mais nobres da cidade.

Segundo Vivanco, o investidor hoje é o "pequeno poupador", que passa a investir em apartamentos compactos, pequenas salas comerciais e nos multiúso, para compensar o menor rendimento com aplicações financeiras em razão dos juros mais baixos.

"Uma coisa ajuda a outra. Você lançar uma torre residencial é uma coisa. Lançar com ela uma comercial agrega valor", afirma João Henrique, diretor de atendimento da imobiliária Lopes.


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