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Canteiro de obra se moderniza com boom imobiliário

País vê uso crescente de peças pré-fabricadas na construção civil, além de salto na redução de entulho

Para arquiteto inglês, crise econômica atraiu mais interesse para tecnologias sustentáveis na Europa

DANIEL MÉDICI DE SÃO PAULO

Os canteiros de obra brasileiros passam por um novo ciclo de modernização desde o último boom na construção, iniciado em meados da década passada.

Segundo o engenheiro, Jorge Batlouni, coordenador do comitê de tecnologia e qualidade SindusCon-SP (sindicato do mercado imobiliário), entre 2005 e 2007, o aumento do financiamento para o setor, aliado ao maior custo da mão de obra, justificou o investimento em tecnologia.

Segundo Batlouni, um dos indícios do avanço na tecnologia é o uso mais frequente de peças pré-fabricadas nas obras.

"Temos visto uma maior utilização de gruas, associadas ao uso de pré-fabricados", diz.

Um outro salto observado no setor da construção brasileiro se deu na redução do entulho, segundo Valter Caldana, diretor do curso de arquitetura e urbanismo da universidade Mackenzie.

"Na década de 1980, o índice de rejeitos da obra era de mais de 30%, às vezes, de quase 40%. Hoje, esse número caiu para menos de 20%", afirma.

Apesar da introdução de novas tecnologias, o Brasil tem um longo caminho a percorrer em relação aos países desenvolvidos.

Conforme Caldana, até a década de 1970, a técnica de construção no Brasil estava bem situada no cenário internacional, especificamente na área de concreto.

"Nos países centrais, houve desenvolvimento exponencial na área metálica e de pré-fabricados nos anos 1980 e 1990. O Brasil não acompanhou isso e houve um descolamento", diz, relacionando o cenário ao contexto econômico do país na época.

Nos países desenvolvidos, a engenharia civil, embora afetada pela crise internacional, tem avançado em termos de sustentabilidade, segundo Joe Witchell, diretor de arquitetura do escritório londrino Broadway Malyan, especializado em torres com mais de 300 metros de altura.

"A preocupação com sustentabilidade costuma vir acompanhada de fatores financeiros", afirma o arquiteto inglês. "O cliente só investe nisso se ele acredita que as novas tecnologias lhe trarão economia de recursos."

Segundo Witchell, a crise fez com que as encomendas de grandes empreendimentos comerciais diminuísse.

"Dessa forma, as inovações relacionadas a esse tipo de projeto está migrando para a área residencial", observa o executivo.


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