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Transporte coletivo já era 'urgente' em 1950

ANDRÉ MONTEIRO DE SÃO PAULO

"O problema municipal mais urgente de São Paulo é o transporte coletivo."

A declaração não é de nenhum manifestante que foi às ruas em junho de 2013.

Ela foi escrita há 63 anos pelo urbanista americano Robert Moses, responsável pela reformulação de Nova York no século passado e alvo de críticas por ter privilegiado o transporte individual por lá.

A frase está no relatório do "Programa de melhoramentos públicos de São Paulo", de 1950, encomendado pelo município e dirigido por Moses.

O relatório conta a situação de "milhares de pessoas" que trabalhavam no centro e ficavam "em filas, muitas vezes por mais de uma hora, esperando ônibus" ou se arriscavam em "bondes obsoletos".

O trânsito no centro já era descrito como "grave problema". O texto aponta que São Paulo tinha apenas 1 carro para cada 32 habitantes. Nos Estados Unidos a proporção era de 1 para 8 em Nova York e 1 para 3 em Los Angeles.

"Esta proporção, entretanto, aumentará inevitavelmente", profetizava Moses. Atualmente, a relação de veículos registrados por habitante em São Paulo é de 1 para 2.

No caso do transporte público, o ideal seria "um sistema de trens subterrâneos, que se estendesse por vários quilômetros", ou seja, metrô.

Mas seu programa afirmava que a obra seria muito cara e que sua necessidade "ainda demorará muitos anos".

ÔNIBUS

Moses propôs como "solução razoável e econômica" a compra de 500 ônibus, a implantação de garagens, melhorias nos pontos e terminais e no pavimento das ruas, medidas de R$ 177 milhões (em valores corrigidos).

Para isso, defendeu aumentar a tarifa do transporte. "Talvez [o aumento] não seja bem recebido, porém desconhecemos outros meios de obtenção dos recursos necessários."

Moses também sugeriu linhas de ônibus expressas, paradas para embarque e desembarque de mais de um ônibus por vez e a instalação de catracas fora dos ônibus, para agilizar a operação.


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