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Fórum sobre bicicletas aborda negócios

Economistas e ativistas debatem como o ciclismo incentiva pequenas empresas e estratégias para crescimento

Segundo especialista, economia de recursos com meio de transporte mais barato libera dinheiro de clientes

DE SÃO PAULO

Duas mesas-redondas foram dedicadas à economia e aos novos negócios ligados ao ciclismo durante o Terceiro Fórum Mundial da Bicicleta, que termina neste domingo em Curitiba.

Uma das palestrantes foi a norte-americana Elly Blue, que no fim do ano passado lançou o livro "Bikenomics: How Bicycling Can Save the Economy" (Bicieconomia, como o ciclismo pode salvar a economia, em tradução livre).

Segundo ela, o incentivo ao ciclismo é especialmente benéfico aos negócios locais, como pequenos mercados e restaurantes:

"A bicicleta faz com que as pessoas deixem de entrar no carro e irem a locais distantes para gastar dinheiro perto de suas casas".

Segundo ela, há estudos que comprovam que, se há infraestrutura para ciclistas (como faixas no asfalto e paraciclos nas lojas), as receitas das pequenas empresas de bairro tendem a crescer.

Além disso, ela argumenta, andar de bicicleta faz com que as pessoas deixem de gastar dinheiro com transporte motorizado --o que, segundo ela, costuma beneficiar grandes empresas-- e, assim, liberar os bolsos para gastos com outros bens.

O mesmo raciocínio (poupar em algo para gastar em outra atividade) ela usa para outras despesas de quem opta por outros meios de transporte: saúde e até batidas de carro, "que na verdade custam muito dinheiro", diz.

CREMOSO

Um dos negócios que ganham com o incentivo a essa modalidade de transporte são as bicicletarias.

Talita Oliveira Noguchi, 28, é uma das sócias do Las Magrelas, uma mistura de oficina com loja de bicicletas e café em São Paulo.

Ela foi uma das palestrantes do fórum que falaram sobre empreendedorismo nesse nicho de mercado.

"As nossas histórias de vida passam pelo ativismo. E fazer isso funcionar junto com um empreendimento comercial é difícil", conta.

Ela dá um exemplo: no ano passado, um ciclista foi atropelado e morreu na zona leste. "Paramos de fazer o que estávamos fazendo para irmos atrás de uma ghost bike" (bicicleta pintada de branco que é colocada no ponto onde aconteceu a morte).

Do ponto de vista do dinheiro, ela não tem reclamações. "O bar e a bicicletaria vão bem", diz.

Outro dono de empreendimento que afirma estar prosperando é Fábio Samori, 39, dono do Aro 27, também em São Paulo.

Ele também vende e conserta bicicleta e tem café. Mas, além disso, há serviço para quem quiser estacionar e tomar banho.

O cliente avulso paga R$ 17 por "banho, toalha, sabonete cremoso, armário, secador de cabelo e no vestiário feminino também tem chapinha".

Ele diz que a média diária de ciclistas que usam o serviço gira em torno de 10 a 12 (a maioria, afirma, é de pessoas que assinam planos).

O empreendimento abriu as portas há cerca de sete meses e, segundo o dono, está ganhando mais dinheiro do que esperava.

O forte do negócio, ele afirma, é que oferece uma gama de serviços.

"Não preciso me desesperar para vender bicicletas a torto e a direito por qualquer custo porque tem gente almoçando aqui todos os dias; não preciso colocar o preço do banho lá em baixo porque a oficina tem um movimento extraordinário", afirma Samori.


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