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Período integral tem de oferecer mais que passatempo

Além de atividades variadas, pais precisam se preocupar com alimentação, segurança e descanso; rotina deve ser equilibrada

DE SÃO PAULO

A advogada Patrícia Dalla Torre, 30, vai para o trabalho tranquila. Ela sabe que a filha Beathriz, 4, passará o dia em um local seguro, com outras crianças e professores.

Mas não foi sempre assim. Antes de matricular a menina em uma escola de período integral, há três anos, ela deixava a criança sob os cuidados de uma babá.

"Eu ficava o dia inteiro fora de casa. Com quase um ano de idade, ela não falava nem engatinhava", diz Patrícia.

A preocupação com o desenvolvimento da filha norteou a escolha pela jornada ampliada do colégio Renovação, no Cursino (zona sul).

No Brasil, a extensão do tempo que a criança passa na escola é baseada na necessidade dos pais, que, além de comodidade, buscam enriquecer a rotina dos filhos.

Por isso, a configuração do período integral no país, em geral com atividades artísticas, esportivas e de recreação, difere de modelos internacionais em que os dois turnos são como uma jornada única, com aulas regulares.

Oferecer aula de inglês, balé, música e natação pode parecer interessante, ainda mais se tudo ocorre num mesmo lugar. Educadores alertam, contudo, que o período integral deve fazer mais do que ocupar o tempo da criança --o que exige um plano pedagógico para esse período.

"As atividades devem contribuir com o desenvolvimento integral do aluno, contemplando necessidades culturais e de entretenimento, atividades esportivas e cursos extracurriculares", diz Luciana Barros de Almeida, presidente da Associação Brasileira de Psicopedagogia.

Ao escolher um colégio com essa modalidade, é importante buscar um programa de nutrição saudável e que ensine noções de higiene. O integral também deve prever um período de descanso, que precisa ser maior para os mais novos.

Para Rosely Sayão, psicóloga e colunista da Folha, o ideal para o desenvolvimento emocional de crianças com até cinco anos é passar alguns dias da semana em casa, caso haja essa opção.

"A casa representa o lugar conhecido, afetivo, em que ela se sente protegida", diz.

A diretora de RH Carolina Duque, 34, vê benefícios na agenda lotada da filha Marina, 7, aluna do colégio Visconde de Porto Seguro, no Morumbi (zona oeste).

"Lá na frente ela vai ter que trabalhar e não tem trabalho em meio período. Trazendo isso para ela desde pequena, não vai ser um sofrimento."

Para Rosely, apesar de o integral desenvolver noções de responsabilidade e compromisso, é preciso equilibrar a rotina.


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