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Derrota de Aécio em MG é 'colada' à de aliado

Tucano e Pimenta, seu candidato no Estado, perderam nas mesmas áreas

Melhor votação de nomes do PSDB ocorreu em regiões sob forte influência do agronegócio

PAULO PEIXOTO DE BELO HORIZONTE

No fim de julho, Aécio Neves (PSDB) tinha o terreno preparado para receber a "votação histórica" que tucanos e pesquisas indicavam em Minas Gerais.

Somava, segundo o Ibope, 41% das intenções de voto, ante 31% de Dilma Rousseff (PT) e 5% de Eduardo Campos (PSB). Seu candidato ao governo, Pimenta da Veiga (PSDB), embora afastado da política havia dez anos, estava empatado com o ex-ministro Fernando Pimentel (PT).

Mas o acidente de 13 de agosto que matou Campos mudou toda a eleição, inclusive em Minas.

Duas semanas após a tragédia, o cenário medido pelo Ibope no Estado era outro: Aécio caíra para 34%, Dilma manteve os 31% e Marina Silva (PSB) aparecia com 20%. E Pimenta começava a ficar para trás na briga contra o PT (37% a 23%).

Aécio reforçou a campanha no Estado e recuperou terreno, mas não o bastante para evitar a perda do poder local e a derrota para Dilma em sua principal vitrine (43% a 40%).

O próprio presidenciável depois reconheceu (sem detalhar) que houve "equívocos" no começo de sua campanha em Minas, que desde o início foi pensada num pacote "três em um": Aécio, Pimenta da Veiga e Antonio Anastasia (único que venceu) para o Senado.

Ex-prefeito de Belo Horizonte e homem forte no governo Fernando Henrique, Pimenta da Veiga foi uma escolha pessoal de Aécio para a concorrer ao governo.

Petistas apontaram certa "arrogância" dos tucanos, que após 12 anos de gestões bem avaliadas teriam feito pouco esforço no começo da corrida. De fato, a articulação mais forte do comitê com prefeitos, por exemplo, só começou em setembro, quando o alarme já havia soado no QG tucano.

Enquanto isso, o PT conseguiu colar em Pimenta a pecha de "turista", pelos anos em Goiás fora da política, e se aproveitava da costura intensa e silenciosa que Pimentel promoveu pelo interior durante o período como ministro do Desenvolvimento de Dilma (2011-2014).

O petista, por exemplo, participou de inúmeras entregas de maquinário pesado a prefeituras do interior, mesmo não sendo um programa ligado à sua pasta.

Em debates, Pimentel atacou a capacidade gerencial dos tucanos em projetos sensíveis, como o do metrô e o anel rodoviário de Belo Horizonte. Dizia que "o dinheiro federal existe" e que o PSDB não tinha projeto. Evitou bater em Aécio e procurou explorar o "desgaste" dos tucanos, citando sempre os 12 anos do partido no comando do Estado.

MAPA ELEITORAL

O mapa eleitoral de Minas mostrou como as campanhas estadual e presidencial caminharam juntas.

Nas duas disputas, as distribuições das preferências foram quase idênticas.

Enquanto Aécio e Pimenta venceram na maior parte do sul do Estado, exceto na Zona da Mata (região de Juiz de Fora), Dilma e Pimentel dominaram a região norte, excluindo uma área do noroeste onde o agronegócio prevalece.

Em geral, no Estado, o PT avançou em áreas mais pobres, como ocorreu nas regiões Norte e Nordeste do país, enquanto o PSDB conquistou maioria em partes sob forte influência econômica do agronegócio e com alta renda per capita.

Nas regiões com predomínio petista há ampla disseminação de programas sociais federais, como o Bolsa Família e o Luz para Todos.


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