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Ohio se torna 'único Estado que importa'

Obama e Romney concentram campanha em região do Meio-Oeste cuja preferência partidária varia a cada eleição

Democrata vai melhor nas zonas urbanas, e republicano nas rurais; eleitores se queixam do assédio das campanhas

DA ENVIADA A CINCINNATI, OHIO

Em piada que corre nos EUA, uma menininha vai à escola e diz: "Que bom, não precisamos mais decorar os 50 Estados e as capitais. O único que importa é Ohio!".

As atenções dos candidatos, o republicano Mitt Romney e o presidente democrata Barack Obama, estão focadas no Estado do Meio-Oeste, que pode decidir a eleição.

Obama esteve em Ohio 28 vezes durante a campanha, e Romney viajou para o Estado 45 vezes, segundo o jornal "The Washington Post".

Em contrapartida, Estados como Califórnia, claramente democrata, ou Texas, claramente republicano, foram ignorados -os candidatos só viajam a eles para eventos de arrecadação de recursos.

Os eleitores de Ohio estão sendo literalmente assediados pelas campanhas.

"Fui contatada pelo menos 15 vezes, com e-mails, telefonemas e cartas", diz a estudante Kiaya White, 20, que estava em comício de Obama no domingo. "Sinceramente, não vejo a hora de essa eleição acabar. É insuportável!"

As campanhas concentraram a maioria de seus gastos com propaganda em Ohio, considerado um dos principais "Estados-pêndulo", com 18 votos no Colégio Eleitoral.

A última média das pesquisas do site Real Clear Politics mostra Obama com 49,6% em Ohio e Romney com 46,8% -o que configura empate técnico, na margem de erro.

A eleição americana é indireta, decidida no Colégio Eleitoral, onde cada Estado tem um número de votos proporcional à sua população. São 538 votos, e, para ganhar, o candidato precisa obter 270.

Em todos os Estados, fora Maine e Nebraska, o esquema é "the winner takes it all" -se um candidato ganha o voto popular, leva todos os votos eleitorais do Estado. Isso provoca distorções.

Em 2000, por exemplo, o democrata Al Gore teve 543. 895 votos a mais que George W. Bush. Mas Bush obteve 271 votos do Colégio Eleitoral, ante 266 de Gore -e se elegeu.

Há Estados tradicionalmente republicanos e tradicionalmente democratas (veja mapa na pág. 2). A eleição se foca nos chamados "swing states", os Estados-pêndulo, que votam ora em republicanos, ora em democratas.

"Obama se beneficiou da melhora na economia -nosso desemprego é de 7%, abaixo do nacional, e o resgate da indústria automobilística ajudou bastante Ohio, onde mais de 800 mil empregos dependem das montadoras", disse à Folha Paul Beck, professor emérito de ciência política da Ohio State University.

Obama vai muito mal entre eleitores brancos da classe trabalhadora no país -em Ohio seu desempenho é um pouco melhor, sobretudo nas zonas urbanas. Facções mais conservadoras no Estado nas zonas rural e carvoeira pendem para Romney.

Para os republicanos, o Estado é crucial -nenhum candidato do partido chegou à Casa Branca sem ganhar lá. Em 2008, Obama bateu John McCain em Ohio (52% a 47%).

CONTESTAÇÕES

Ohio pode ser o foco de várias contestações na apuração de votos, por causa de suas cédulas provisórias. Cerca de 350 mil eleitores do Estado que requisitaram cédulas para votar à distância ainda não as enviaram de volta.

O eleitor que tiver pedido cédula para votar à distância, mas mudar de ideia e aparecer no dia da votação não terá seu voto contabilizado de imediato.

Ele votará com cédula provisória -e essa cédula será avaliada até 17 de novembro por autoridades estaduais (republicanas), que determinarão se o voto vale ou não.

Em 2008, houve 280 mil votos provisórios em Ohio. "Mas desta vez a votação vai ser muito apertada, e o número de cédulas provisórias pode fazer a diferença entre vitória ou derrota", afirma Beck.

Os partidos já têm exércitos de advogados em Ohio para contestar as apurações, se necessário. E os republicanos prometem enviar muitos observadores aos locais de votação para coibir fraudes.


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