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Liberação de alvará para boate será feita em 3 meses, diz Haddad

Em reunião com donos de boates, prefeito afirma que liberação do documento será acelerada

Outra medida é colocar na internet relação de boates com documento que atesta cumprimento de regras de segurança

LEANDRO MACHADO CAROLINA LEAL DE SÃO PAULO

Após reunião com cerca de 90 donos de casas noturnas, a Prefeitura de São Paulo anunciou ontem a intenção de acelerar a liberação de alvarás de funcionamento e de construção e reduzir o prazo de entrega do documento para até três meses.

O alvará é o documento que deve comprovar que todas as exigências de segurança da lei municipal são cumpridas. O assunto vem à tona após a tragédia na boate Kiss, no domingo, em Santa Maria (RS).

Por razões burocráticas, hoje, o processo de liberação do documento na capital chega a levar até três anos. Há 30 mil pedidos de alvará parados.

Um dos motivos é que é comum haver um único funcionário responsável por determinada área. Caso ele, por exemplo, entre em férias, o trâmite simplesmente para, diz Paula Motta, secretária especial de Licenciamentos.

Para agilizar o processo, a ideia é que o andamento não dependa de um só servidor.

Para isso, outros funcionários de um mesmo setor serão habilitados a cuidar do tema.

A prefeitura também colocará na internet nomes, endereços e datas de expedição de alvará de todas as casas noturnas da cidade.

A medida é para dar transparência ao processo, disse o prefeito Fernando Haddad (PT). As duas iniciativas não têm prazo para vigorar.

Também para acelerar os alvarás, a prefeitura pretende orientar quem entra com os pedidos a fazer a solicitação já com todos os documentos necessários. Nem sempre isso ocorre, o que causa atrasos.

RESPONSABILIDADE

Na reunião, Haddad cobrou "responsabilidade" -um recado para que sigam as normas de funcionamento e segurança. "O que estamos querendo aqui é assumir a nossa [responsabilidade] e pedir para que vocês assumam a de vocês", disse Haddad.

Os empresários elogiaram a iniciativa e disseram que o setor ganhará com menos burocracia e regras claras.

"A papelada fica lá [na prefeitura] para sempre. Quando você cria dificuldade, nasce a corrupção", disse Flávia Ceccato, dona da Hot Hot, na Bela Vista (região central), que disse ter alvará da prefeitura para poder funcionar.

"A prefeitura ouviu o que tínhamos para falar. Foi positivo", diz Facundo Guerra, sócio do Lions e do Cine Joia.

Em encontro com o secretário estadual da Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, o secretário municipal de Segurança Urbana, Roberto Porto, pediu ao governo do Estado que inclua a fiscalização de casas noturnas na operação delegada, na qual policiais militares recebem por trabalhar em dias de folga. Ainda não houve resposta.

ALVARÁ

Segundo a prefeitura, não ter o alvará não significa necessariamente que a casa seja insegura. É possível que o documento não tenha saído por demora do poder público em analisar.

Em casos assim, o estabelecimento recebe um protocolo do município, com o qual fica autorizado a funcionar até a emissão do alvará, disse a secretária Paula Motta.

Esse é o caso, segundo a prefeitura, de casas como o Cine Joia, o Alberta#3 e o Lions Night Club (centro).

Percival Maricato, diretor jurídico da Abrasel (associação de bares e restaurantes), diz que, na prática, todo estabelecimento funciona, tenha o alvará ou não. O que acontece é que o empreendedor pede o alvará e abre a casa noturna enquanto espera.

"Se não fosse assim 80% dos estabelecimentos estariam fechados. Tirar alvará é sorte grande, precisa de caminhos tortuosos para obter um, e as pessoas não podem ficar com o negócio fechado."

A prefeitura chegou a criar anistia para pequenos negócios em situação irregular; a medida foi barrada na Justiça na semana passada. O município recorrerá.


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