São Paulo Paulo, Sexta-feira, 23 de Julho de 1999



EMPRESAS
Metade dos clubes já
busca seguir Lei Pelé


Presidente do Clube dos 13 é cético quanto às
associações com empresas; para dirigente, o
equilíbrio do Brasileiro não vai ser ameaçado

Marcos Ribolli/‘Correio Popular’    
EM BAIXA
O técnico Carlos Alberto Silva comanda treino do Guarani, que passa por uma crise; sem presidente e dirigido por um grupo de conselheiros, o clube hoje convive com uma dívida de R$ 8 milhões


da Reportagem Local

Exatamente metade das 22 equipes que iniciam amanhã o Campeonato Brasileiro mantêm algum vínculo com empresas
com base na Lei Pelé.
Promulgada no ano passado, ela determina a profissionalização dos departamentos de futebol dos clubes até março do ano que vem.
Por enquanto, as relações entre clubes e empresas formam um leque, que vai desde uma parceria de co-gestão (da Parmalat com o Palmeiras) até um acordo com um fundo de investimento norte-americano (HMTF com Corinthians e Cruzeiro).
O que é visto como tendência pelos mais animados é encarado por Fábio Koff, presidente do Clube dos 13, como um simples enquadramento à legislação.
“Sou contra essa obrigatoriedade de os clubes se tornarem empresas”, disse. “Existem 487 clubes profissionais de futebol no Brasil. É impossível que todos se associem a empresas.”
Na opinião do dirigente, a Lei Pelé “vai dar margem ao surgimento de empresas sazonais, de fundo de quintal”, pelo fato de o mercado brasileiro ser limitado.
Koff não acredita que o equilíbrio do Campeonato Brasileiro possa ser prejudicado com a preferência das empresas pelos clubes de maior apelo popular.
“Se fosse considerar o PIB (Produto Interno Bruto) superior dos clubes de São Paulo, eu não teria conquistado 14 títulos em seis anos como presidente do Grêmio”, declara Koff.
Sport, Inter, Cruzeiro, Atlético-MG, Ponte Preta, Botafogo-SP, Corinthians, Vasco, Juventude, Vitória e Palmeiras são os clubes da Série A que já se adiantaram às exigências da nova lei.
Outros, como Santos e Flamengo, vêm procurando parceiros. O Campeonato Brasileiro-99, ao que parece, pode terminar com um índice ainda maior de clubes-empresas. (FSx e PC)


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