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CLUBE
Novos investimentos
criam discussão ética
Governo quer impedir que empresas controlem mais
de um time, como a HTMF, que tem o Corinthians
e agora negocia com o Cruzeiro
"O Tempo" |
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EM
ALTA
André (dir.) disputa bola com Espínola em treino do
Cruzeiro para o Brasileiro-99; o clube mineiro vive uma boa fase nas
finanças e está fechando acordo com o fundo HMTF, dos
EUA |
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da Reportagem Local
A corrida das empresas pelos melhores negócios no futebol brasileiro
pode estar criando uma situação ética discutível.
A corrida das empresas pelos melhores negócios no futebol brasileiro
pode estar criando uma situação ética discutível.
O fundo de investimento norte-americano HMTF, por exemplo, já fechou
contrato com o Corinthians e está perto de firmar uma parceria com
o Cruzeiro.
Além disso, o fundo também é sócio da Traffic,
que controla o departamento de esportes da TV Bandeirantes, uma das emissoras
que transmite os jogos do Campeonato Brasileiro. Além disso, a Traffic
é a empresa responsável pela intermediação dos
contratos publicitários da CBF.
A empresa norte-americana também fez uma proposta para o Flamengo,
que deve, porém, fechar contrato com a ISL.
A negociação da HMTF com vários clubes acontece mesmo
depois de Rafael Greca, ministro dos Esportes e Turismo, afirmar que o governo
não permitiria a associação de um empresa com mais
de um time.
Segundo o ministro, essa prática colocaria em risco a credibilidade
das competições no país.
Junto com essa discussão, os clubes aproveitam a aproximação
com empresas para importar os modelos de gestão dos grupos
aos quais estão ligados.
Essas empresas acabaram ficando com o poder de mudar o futebol brasileiro,
diz Paulo Carneiro, presidente do Vitória.
É inevitável que elas acabem levando para os clubes
seus próprios métodos de trabalho, o que pode organizar melhor
a estrutura de todo o futebol no país.
O Vitória, à sua maneira, vem buscando parceria com empresas
para administrar seu departamento de futebol profissional.
Contratou um dos maiores bancos norte-americanos, o Chase Manhattan, que
é responsável pela busca de novos parceiros para o clube baiano.
Para o ex-ministro da Fazenda Mailson da Nóbrega, o Brasileiro
seguramente, em dez anos, terá o grau de sofisticação
de um torneio da NBA (a liga norte-americana profissional de basquete).
O futebol está sendo muito procurado por empresas que trazem
métodos de multinacionais.
Realidade bem diferente de uma NBA, porém, vive o Gama, de Brasília.
Com dois patrocinadores nas camisas, o BRB (Banco Regional de Brasília)
e o Café do Sítio, o clube consegue obter uma renda de R$
100 mil por mês, o suficiente para cobrir só metade de sua
folha de pagamento.
Eles (os investidores) só vão atrás dos grandes.
Nunca chegam nos pequenos. Nós somos o primo pobre, define
Agrício Braga, presidente do Gama. (FSx e PC) |