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Após boom nos Jogos-2012, esporte britânico tem cortes

Olimpíada Verba pública para quem não medalhou chega a quase zero

PAULO ROBERTO CONDE DE SÃO PAULO

Os Jogos de Londres-2012 se propunham a "inspirar uma geração" esportiva no Reino Unido. Mas, para atletas britânicos de quatro esportes, o slogan foi efêmero.

As federações de handebol, vôlei, tênis de mesa e luta olímpica viram suas receitas minguarem após a UK Sport, órgão do governo que repassa dinheiro captado na loteria nacional, cortar quase a zero a verba delas.

A alegação é de que eles não brigariam por medalha em 2016 e 2020. Em Londres, o time nacional obteve 65 pódios entre os olímpicos, mas nenhum com esses esportes.

As federações defendem que, sem repasse, sua sobrevivência está em risco. A de vôlei fechou em fevereiro sua sede em Sheffield e em março dispensou o estafe.

No ciclo olímpico até Londres, o vôlei recebeu da UK Sport £ 2,9 milhões (R$ 8,9 milhões). Para o do Rio, a verba é restrita a uma dupla de praia (R$ 1,5 milhão).

Segundo o brasileiro naturalizado Mark Plotyczer, 26, que atuou em Londres, seis dos 12 jogadores da seleção de vôlei britânica deixaram o alto rendimento.

"Podíamos ter ido melhor em Londres, mas fizemos bons jogos", disse à Folha.

Na Olimpíada, os homens perderam seus cinco jogos, e as mulheres venceram um.

Mas, segundo Kenny Barton, ex-diretor de alta performance da federação, cresceu a procura pelo esporte.

Em fevereiro, as federações que sofreram cortes puderam apelar em um tribunal interno criado pela UK Sport. As de basquete e esgrima paraolímpica, então afetadas, reverteram a situação e voltaram a ganhar recursos.

A de handebol nem foi à luta. Presidente interino, Gordon Stein explicou à Folha que se conformara com o fato de que não receberia os £ 2,9 milhões (R$ 8,9 milhões) que ganhou de 2009 a 2013 --97% de suas receitas.

Hoje, o único funcionário contratado é um contador.

"Houve um crescimento de até 300% em termos de jogadores e clubes ao longo do Reino Unido", afirmou Stein, que não é remunerado.

A maior manifestação de repúdio veio da federação de tênis de mesa. Com deboche, o presidente da entidade, Alex Murdoch, declarou "estar surpreso que o tênis de mesa não tenha nem recebido uma quantia como £ 369 mil (R$ 1,1 mi) entre tantos bilhões investidos".

Segundo a executiva-chefe do órgão, Liz Nicholl, a decisão foi baseada em meritocracia. A dirigente ressaltou que foi firmada antes de Londres-2012 uma cláusula de "não compromisso", segundo a qual a UK Sport não tem a obrigação de fomentar modalidades sem resultados.

"Nosso investimento é voltado para 2016 e 2020. E estes esportes têm pouquíssimas chances até de se qualificar", disse à Folha. Para superar a campanha de Londres, a UK Sport aumentou em £ 42 milhões (R$ 129 milhões) o investimento geral para o ciclo da Rio-16, que para ela vai de março de 2013 a março 2017.


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