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Estado gasta R$ 2,5 mi para sediar treino
SELEÇÃO Time da CBF fará só um ensaio em campo goiano, cuja reforma será bancada em parte pelo governo de Perillo
Abrigar um único treino da seleção brasileira nesta semana vai custar R$ 2,5 milhões ao governo de Goiás.
É esse o valor a ser desembolsado para pagar parte da reforma do estádio da Serrinha, onde o time da CBF vai treinar hoje pela manhã.
A obra custou R$ 4 milhões e foi feita pelo Goiás Esporte Clube, dono do estádio.
A agremiação, agora, busca um "ressarcimento" do governo estadual, segundo o presidente do Conselho Deliberativo do Goiás, Hailé Pinheiro. E vai conseguir.
"O governo vai ajudar com R$ 2,5 milhões. Foi um compromisso assumido pelo governador, e ele vai cumprir", disse à Folha Célio Silveira, presidente da Agel (Agência Goiana de Esporte e Lazer).
A reforma da Serrinha durou quase quatro meses. O campo teve o piso rebaixado, o gramado foi replantado e vestiários foram construídos.
A seleção planeja fazer outros quatro treinos em Goiânia, mas no CT do Goiás. O estádio que vai receber verba pública terá só uma sessão.
O acordo foi acertado entre o presidente da CBF, José Maria Marin, e o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), em setembro de 2012.
Na ocasião, Perillo deixou claro que o governo não pouparia esforço ou dinheiro para "fazer o que for preciso para abrigar bem a seleção".
Marin nem tentou esconder que a motivação da escolha por Goiânia era política. Na época, o cartola declarou não saber onde a seleção treinaria, "mas é certo que será aqui [em Goiás], por causa do magnífico trabalho da Federação Goiana de Futebol e do governo do Estado".
Na prática, Marin agrada um eleitor e um aliado político. Os presidentes das federações estaduais (e dos 20 clubes da Série A) votam na eleição para a presidência da CBF, em abril do ano que vem.
E o cartola também se aproxima de Perillo, tucano como Aécio Neves e Fernando Henrique Cardoso, que estiveram no camarote da CBF no Maracanã, no domingo.
Enquanto mima aliados políticos, Marin desagrada sua comissão técnica.
Luiz Felipe Scolari e Carlos Alberto Parreira preferiam não ter que passar por Goiânia --sobretudo vindo do Rio e tendo Porto Alegre como próximo destino. A dupla conseguiu reduzir o tempo de permanência em Goiás.
Inicialmente prevista para duas semanas, agora será de apenas sete dias, divididos em duas passagens.
Perillo disse ontem que as críticas são "hipócritas" e "cínicas". "Gastaremos só 0,3% do que estão gastando os outros Estados que vão receber jogos da Copa das Confederações e da Copa do Mundo. Este investimento vai ficar para o futebol de Goiás. Criticar é hipocrisia, é cinismo."