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Cielo se recupera com ouro em Barcelona

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Após cirurgia nos dois joelhos e troca de técnico, nadador paulista se torna bi mundial nos 50 m borboleta

MARIANA LAJOLO ENVIADA ESPECIAL A BARCELONA

Cesar Cielo entrou na piscina do Palau San Jordi brigando com seus pensamentos: "Mas por que você está nervoso?", repetia sem parar.

A resposta estava do outro lado da parede. A cor da medalha --ou a ausência dela-- seria a primeira avaliação da revolução que fez na carreira após os Jogos de Londres.

O velocista encheu o peito, se jogou na água e cumpriu os 50 m sem buscar ar. Olhou para o placar e respirou aliviado. Se tornara bicampeão mundial dos 50 m borboleta.

"Estou em êxtase. Imagine se eu ficasse em quinto lugar e falasse que o meu joelho doeu? Pessoal poderia achar que estava dando desculpa."

Cielo cravou 23s01, à frente do americano Eugene Godsoe (23s05), do francês Fred Bousquet (23s11) e do brasileiro Nicholas dos Santos (23s21).

Após a Olimpíada de Londres, em que foi bronze nos 50 m livre, Cielo, 26, passou por cirurgia nos dois joelhos.

Neste ano, decretou o fim de sua equipe, a PRO 2016, e trocou técnico: deixou Alberto Pinto (Albertinho) e contratou Scott Goodrich, 27, ex-colega em Auburn (EUA).

"Parecia uma ideia maluca, mas precisava de um novo começo", disse o nadador brasileiro, que afirmou ter ficado inseguro sobre sua capacidade de voltar ao alto nível após a cirurgia.

Scott diz nunca ter se preocupado com a cabeça do pupilo durante a dura fase de recuperação. "Ele tem capacidade mental incrível", disse.

Segundo ele, os dois saíram insatisfeitos de várias competições, mas os resultados nos treinos apontavam o caminho certo. Só que essa certeza não foi suficiente para tirar a ansiedade de Cielo.

Pés e mãos não tremeram como antes, mas a cabeça estava difícil de ser controlada. "Foi uma conversa interna meio maluca", afirmou.

Na prova, a "briga" interna continuou. "Só lembro que vi a marca dos 35 metros [na piscina] e fiquei na dúvida se respirava ou não. Deu certo."

Missão cumprida no borboleta, o velocista disse que, se o mundo acabasse amanhã, estaria feliz com o que conquistou. Mas ainda tem um título a defender. Na sexta, estreia nos 50 m livre.

O Brasil chegou a sete medalhas no Mundial, duas na piscina: além do ouro de Cielo, Felipe Lima levou ontem bronze nos 100 m peito.

As outras foram na maratona: um ouro (com Poliana Okimoto, nos 10 km), duas pratas e dois bronzes. Em Xangai (2011), o Brasil levou quatro medalhas, todas de ouro, duas com Cielo (50 m livre e 50 m borboleta).


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