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Esporte

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Juca Kfouri

Cada um com seus problemas

Felipão, Rebelo, Marin e Paes encaram os fatos segundo suas personalidades

SEMANA RICA no bom e no mau sentido para avaliar a temperatura do nosso futebol.

Comecemos pelo técnico da seleção, o segundo patrício mais cobrado no país, atrás só da presidente da República.

Felipão teve a altivez de convocar novamente o volante Ramires, vítima de um mal-entendido, desconhecendo a demagógica crítica que o jogador recebeu do presidente da CBF --sempre sem citar o nome do criticado, como é de seu feitio.

José Maria Marin avalia as pessoas como se todas fossem como ele e ao fazer coro ao ministro do Esporte, Aldo Rebelo, disse não crer que o prefeito do Rio, Eduardo Paes, tenha dito o que disse em entrevista à ESPN Brasil sobre a Fifa.

É triste constatar como agem duas das maiores autoridades esportivas do país.

Ora, que Paes disse o que disse está gravado, foi ao ar e não cabe desmentir, nem o alcaide o fez.

Uma coisa é dizer que não viu a declaração, outra é desqualificá-la como se fosse mentira.

Pois Paes falou com todas as letras que a Fifa tem um ambiente esquisito e que a entidade não está nem aí para as obras da Copa do Mundo além das dos estádios.

Disse para ficar bem com o ronco das ruas que denunciam o padrão Fifa?

Pode ser, cabe discutir, interpretar, o diabo a quatro. Mas, bancar avestruzes, nem pensar, porque não passarão.

Parece mentira, mas o ministro do PC do B já esqueceu de junho, algo que está bem vivo na memória de Paes.

Rebelo, em vez de apoiar enfaticamente a proposta de lei dos "Atletas pela Cidadania" que tramita no Senado na iminência de ser votada, prefere se fazer de bobo, além de endossar a anistia da dívida dos clubes, na contramão da indignação nacional.

Enquanto a ONG dos atletas luta pelo fim das reeleições sem limites, pela participação democrática na vida dos clubes e pela transparência na gestão, o ministro se bate por mais um perdão aos que fizeram as dívidas, sem contrapartidas realistas e ainda envolve Dilma Rousseff na lambança.

Falta a ele a coragem de botar o dedo nas feridas do atraso corrompido e corrompedor que mancha a superestrutura do esporte nacional há décadas, bravura que não faltou a Paes quando fez as observações sobre a Fifa, a cartolagem e ao denunciar a falta de uma política esportiva que pudesse fazer da Olimpíada-16 algo que não nos envergonhe. Mas o ministro diz que não acredita.

Talvez seja ingenuidade supor que o velho método de fazer política com subterfúgios esteja por um fio.

Se não for, pouco influirá no estilo Marin de ser, incorrigível.

Já o futuro de Rebelo será sombrio, diferentemente do que se afigura para Paes.

O presente de Felipão está garantido porque não se dobra diante do essencial e mantém com dignidade seus princípios.


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