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Ingressos mais caros encalham no DF
SELEÇÃO Estádio Mané Garrincha registra lotação só em setores mais baratos e 30 mil bilhetes não são vendidos
Dentro do campo, a seleção brasileira encontrou, contra a Austrália, até mais facilidade do que teve contra o Japão, na estreia da Copa das Confederações, também no estádio Mané Garrincha.
A grande diferença se deu fora do (péssimo) gramado. A arena do Distrito Federal ficou longe de ser o caldeirão que foi naquele 15 de junho.
Dos 70 mil ingressos colocados à venda para a partida de ontem, apenas 40 mil foram vendidos. Num estádio imenso como é o Mané Garrincha, essa ocupação faz parecer que não há ninguém.
Os bilhetes custaram entre R$ 90 e R$ 500. Os únicos setores que lotaram foram os de tíquetes mais baratos, atrás dos gols e no anel superior. Quanto mais perto do campo, menos gente para torcer.
A baixa procura do público até a véspera da partida (32 mil entradas vendidas antecipadamente) levou a organização do jogo a abrir um ponto de venda de ingressos ontem, num shopping perto do estádio. O interesse também foi pequeno.
A atmosfera no estádio vazio não teve nada a ver com a da Copa das Confederações.
Durante o evento da Fifa, o hino nacional era cortado após a primeira parte, o que levou a torcida a cantá-lo à capela até o fim. Ontem, o hino foi tocado inteiro.
Com pouco mais de 20 minutos de jogo, os 40 mil presentes ao Mané Garrincha já se preocupavam mais em fazer "ola" do que em apoiar a seleção brasileira.
À exceção de uns gritos de "Brasil" seguidos de três palmas, quase não houve cantos nas arquibancadas.
Até o "sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor" faltou ontem à tarde.
O desinteresse do público ficou nítido no segundo tempo do amistoso de ontem.
Muita gente já havia deixado o estádio quando Luiz Gustavo anotou o sexto e último gol da goleada sobre os australianos, aos 38 min do segundo tempo da partida.
Se não recebeu o mesmo apoio do público, a seleção tampouco enfrentou os mesmos problemas da Copa das Confederações.
Em junho, por causa das manifestações, o time precisou sair muito antes do hotel e teve que fazer um trajeto mais longo de ônibus entre o hotel e o estádio.
Ontem, as manifestações de Brasília passaram longe do time de Felipão.
A seleção brasileira embarcaria às 23h para Boston, em voo fretado, onde na terça-feira enfrenta Portugal.