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Fábio Seixas

Tarde demais

O que vier a acontecer com o Brasil na F-1 daqui pra frente será melhor do que a fase que se encerra

"Você vai ficar ajudando o Alonso nestas sete últimas corridas?"

"Não... Vou não." Pra lá e pra cá, o dedo indicador da mão esquerda enfatiza a negativa.

A pergunta foi de Galvão Bueno, no "Esporte Espetacular". E a resposta de Felipe Massa encerra uma fase da história do Brasil na F-1. A pior, até agora.

Houve a pré-história. Heróis como Chico Landi e Fritz D'Orey, que cruzaram o Atlântico e que voltaram com causos para contar e experiências para ensinar, algo inestimável naqueles tempos de comunicação difícil.

Houve a fase dourada, a incrível sequência de pilotos que nos deixou mal-acostumados e que criou a lenda sobre a água que bebemos. Em 19 anos, Emerson, Piquet e Senna conquistaram oito títulos. O resto do mundo teve de se resignar com o que sobrou. Em tempos de seca da seleção brasileira, o orgulho era a F-1. Brasil-sil-sil.

Veio então a fase da esperança, após Imola-94. Que se renovou quando Barrichello assinou com a Ferrari. Era a chance de que precisávamos: um carro de ponta, a equipe do momento.

Não durou muito tempo.

O indicador esquerdo de Massa, pra lá e pra cá, é emblemático. Poderia ter sido acionado anos atrás. Mas só veio depois de sua demissão da equipe.

Nos últimos 13 anos, a Ferrari conquistou seis Mundiais de Pilotos. Nenhum com seus brasileiros. A missão era clara. E, se é verdade que Massa quase levou o título de 2008, também é que teria sido uma tremenda injustiça. Hamilton merecia, pelo que fez durante todo aquele ano.

A promessa de Massa de não ajudar Alonso em sete corridas não apaga o passado, não muda as temporadas passadas, não empolga para esse futuro de curtíssimo prazo. Chega tarde demais, soa triste. Um desfecho à altura da melancolia dos últimos anos.

E agora, o que vem pela frente?

O melhor cenário é Massa ir para a McLaren. Não é impossível. E essa possibilidade, sim, é digna de empolgar. Não por 2014, quando a equipe ainda terá motores Mercedes de segunda linha, mas por 2015, quando retomará a parceria com a Honda.

Há a opção intermediária: Lotus ou uma equipe menor. O país continuaria representado na categoria, mas seguiria figurante. Um cenário parecido com o de Barrichello de 1994 a 1999, mas sem o "adicional esperança".

E há a volta à estaca zero. Ao nada. Ao antes da pré-história. Nenhum brasileiro no grid. Situação improvável, diga-se: o Brasil é importante para os negócios de Ecclestone, ele não vai deixar.

Não há motivos para pessimismo --até porque, às vezes, como diz a música, tem que morrer pra germinar.

As três opções são melhores do que a fase que agora termina.

fseixasf1@gmail.com


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