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Barcelona adota estilo Libertadores e tem crise de DNA

ESPANHOL
Mais objetivo e faltoso, time sofre críticas após ter menos posse de bola que um rival pela 1ª vez em 5 anos

RAFAEL REIS DE SÃO PAULO

O Barcelona já conquistou um título nesta temporada, tem 100% de aproveitamento no Espanhol e é o dono do melhor ataque da competição. Por mais incrível que possa parecer, está em crise.

O motivo? Dúvidas sobre a identidade da equipe catalã.

O estopim aconteceu no sábado, na goleada por 4 a 0 sobre o Rayo Vallecano. Apesar do placar elástico, pela primeira vez em uma partida oficial desde o primeiro semestre de 2008, o Barcelona teve menos posse de bola que um rival.

A diferença foi mínima (51% a 49%), mas suficiente para o técnico Tata Martino ser sabatinado sobre o possível fim do "tiki taka", o estilo de jogo de passes curtos que consagrou o time como a escola de futebol mais admirada do planeta.

"Não vou me preocupar com nada. Quando uma equipe chega a um nível de excelência, é normal que situações como essa aconteçam. Ainda mais quando é um técnico que não é de casa e nem holandês", ironizou o argentino, ex-Newell's Old Boys.

E, na sequência, prometeu. "Sustento que não queremos alterar estilo nenhum."

Tarde demais. O Barcelona de Martino já é bem diferente do de Tito Vilanova, técnico na temporada passada, e pouco lembra o de Pep Guardiola, catalão que marcou época entre 2008 e 2012 e maximizou o "tiki taka".

O treinador argentino, em sua primeira experiência na Europa, deu à equipe um tempero de Libertadores.

Marcação mais pesada, um número maior de faltas, aumento das jogadas individuais e, principalmente, um jogo mais objetivo, menos adepto dos passes de lado e aberto para os lançamentos.

O novo Barcelona está mais para os sul-americanos Messi e Neymar (os homens das arrancadas, dos dribles e dos chutes a rodo) que para os europeus Xavi e Iniesta (dos toques curtos, da rotação lateral da bola e das finalizações de curta distância).

O Barcelona ainda é o time com mais posse de bola no Espanhol, com 65,5% de controle. Mas já é ameaçado pelo Rayo Vallecano (63,6%) e tem a menor marca desde o início da era Guardiola.

Na temporada 2010/11, quando conquistou os títulos nacional e da Liga dos Campeões da Europa, a equipe chegou a ter uma média de 72,6% de posse de bola. O segundo no ranking, o Real Madrid, tinha somente 56,8%.

No campeonato passado, já com Vilanova no banco, esse número caiu para 69%.

Em contrapartida, a quantidade de faltas feitas por partida subiu de 10,6 para 13 ao longo dos últimos três anos.

Munição para os críticos de Martino que o acusarem de estar desrespeitando o DNA do Barcelona. O técnico argentino se defendeu utilizando a própria história do clube.

"Não há nada que já não tenhamos visto. É só lembrar do Ronald Koeman [ex-zagueiro holandês e ídolo na Catalunha], que 20 anos atrás já fazia lançamentos longos", justificou.


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