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Anularam meu gol mais bonito, diz Coutinho

SANTOS Ex-jogador lembra gol de bicicleta não validado no 1º jogo da final do Mundial de 63

De óculos escuros, chave do carro na mão, Coutinho, 70, chega à Vila Belmiro para atender a reportagem da Folha. Mas quem faz as primeiras perguntas é ele.

"Quanto tempo vai durar essa entrevista? Você vai gravar?", diz o atacante bicampeão do mundo pelo Santos em 1963, que tem 457 jogos e 370 gols pelo clube alvinegro.

Mas a preocupação com o tempo da entrevista ficou de lado assim que começou a falar da conquista contra o Milan após três partidas. Aí, voltou a viajar no tempo.

Entre as histórias, afirmou, com exclusividade, que foi na Itália, na derrota por 4 a 2, que fez aquele que considera o gol mais bonito da carreira.

Acompanhe esta história na terceira reportagem especial sobre o título de 1963.

Folha - Foi o título mais importante da sua geração?

Coutinho - Todo título é importante, não dá para discriminar A, B ou C. Aquele foi um dos mais importantes e sabemos hoje. Na época, foi mais um jogo, mais uma taça.

Qual a principal lembrança que você tem da conquista?

Na Itália, a lembrança que tenho é de um gol que fiz e que foi anulado de forma errada. Acho até que foi um dos mais bonitos da minha carreira.

Na época, a Folha relatou que houve um toque de mão...

Para mim isso é novidade. Não usei a mão. Usei as pernas, foi de bicicleta. Na verdade, foi de voleio. O árbitro deu pé alto no cara que estava chegando para me marcar.

Como foi esse gol?

O Dorval cruzou na área, aí teve um rebote e a bola veio viajando. Olhei para o gol e vi o que poderia fazer. Dei uma meia bicicleta. Acho que seria o empate por 2 a 2.

Houve muita provocação?

Cara feia nunca me assustou. Eles chegavam junto. O futebol italiano é assim. Mas para mim não houve violência. Se você é atacante, como eu, Pelé, Pepe, Dorval, ninguém vai olhar e bater palma.

Acha que os valores mudaram muito no futebol hoje?

Acho que o amor acabou. Eu gosto do Santos até hoje. Cheguei aqui com 13 anos e hoje tenho 70. E sou Santos. Moro na Vila Belmiro. Joguei 15 anos no Santos. Não é uma coisa de passar um tempo e ir embora. Nós éramos muito amigos e somos ainda hoje. Preservamos tudo isso. Algo difícil no futebol atual.


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