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VIPs esquecem corrida para beber champanhe e tirar fotos
MARCEL MERGUIZO DE SÃO PAULOChampanhe, vinho, garçons, filé mignon, queijos. Uma TV gigante e outras dezenas menores. De bandeja, também há F-1 nos camarotes de Interlagos.
Os convidados VIPs nem sempre estão interessados na corrida. A concorrência com os carros na pista é grande. Além dos comes e bebes, há também simuladores de corridas de carro.
Cinco camarotes vendem ingressos. O mais caro estava esgotado desde que as bilheterias abriram. O ingresso no setor custava R$ 14.200 pelos três dias. Mas a maior parte dos espaços é corporativo.
Nos treinos de sexta é comum encontrar os que foram sorteados na empresa. No domingo, chefes, diretores e algumas celebridades.
Bruno Ramos, 24, por exemplo, trabalha na área comercial e diz que sempre lembra os amigos da Embratel que quer ir ao camarote. Dá certo há três anos.
Com o pai, anteontem, Bruno curtia o treino pela TV, a cinco metros da pista, enquanto bebiam champanhe.
"Ver da arquibancada é para quem gosta mesmo. Eu não iria nem de graça", afirmou.
A diversão deles é ouvir os motores e passear pelos boxes no intervalo dos treinos --permitido para os VIPs.
Outra regra para os mais ou menos apaixonados por F-1 é fotografar tudo. Alguns dizem que é para mandar para amigos e provocar inveja.
As fotos podem ser de um símbolo da Ferrari (a queridinha dos VIPs), do repórter da Globo ou de um mecânico.
"Não sei quem é, mas queria uma foto com alguém aqui", disse Araceli Diniz, 31, após clicar-se ao lado de um funcionário da Williams.
Ela ganhou convite de uma seguradora e assume que não gosta de F-1, só de carro.
Um outro camarote possibilita que clientes de uma rede de hotéis resgatem pontos acumulados e se tornem VIPs. Pois o melhor dos 70 mil lugares de Interlagos para se sentir um rei é o camarote.
