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Prancheta do PVC

PAULO VINÍCIUS COELHO

Messi pela metade

Argentino será maior se nas próximas semanas mostrar que está completamente recuperado fisicamente

Messi voltou a jogar depois de dois meses e fez dois gols na partida contra o Getafe, pela Copa do Rey, na quarta-feira. No sábado, ficou no banco de reservas junto com Neymar. Entrou no intervalo e passou 45 minutos em campo sem brilho.

Não é motivo para alarde.

Mas é diferente.

Messi não costumava voltar de lesão, porque não se machucava. No ano passado, sofreu três grandes lesões musculares, a última delas o obrigou a um período e dois meses de recuperação em Rosário. Viajou para a Argentina com uma equipe de preparadores disposta a deixá-lo pronto para uma nova temporada inteira, que inclui a Copa do Mundo no Brasil.

Quando se faz um período longo de preparação assim, natural é não mostrar tudo logo no reinício.

Mas Messi fazia de tudo e sempre. Do primeiro ao último jogo de cada temporada.

No sábado contra o Atlético de Madri, entrou no intervalo, tentou jogadas agudas quatro vezes e apenas em uma delas levou perigo real ao gol adversário. Dominou na intermediária, driblou dois zagueiros, abriu a bola para a esquerda e recebeu cruzamento do lateral Alba. De cabeça, não venceu o goleiro belga Courtois. Jogou por cima.

Jogava como centroavante no momento em que realizou essa jogada. No final da partida, caiu mais pela direita, como atuava no início de sua trajetória no Barcelona. Era quase ponta-direita. Também não funcionou.

Não está em questão a majestade de Messi. A pergunta é se o futebol atual castiga mais os jogadores a ponto de fazê-los começar a perder o viço a partir dos 27 anos, idade que o melhor jogador do planeta alcançará em junho.

No passado, indiscutível era a maturidade a esta altura da vida. Messi brilhou intensamente dos 18 aos 25 e passou a lesionar-se. Ele também se preocupa. Tanto que fez a preparação na Argentina para não ter novas lesões e para brilhar no torneio que pode ampliar seu reinado --a Copa do Mundo.

Hoje, Messi só será eleito o melhor do mundo se os eleitores não tiverem entendido o motivo da eleição. Se votarem no que Messi é, não no que foi em 2013.

No ano passado, Cristino Ronaldo jogou mais e Ribéry foi campeão europeu. Messi não brilhou exatamente porque, pela primeira vez, sofreu com lesões como jamais havia acontecido.

Na Suíça, é provável ver Cristiano Ronaldo aclamado como o melhor jogador do ano.

No Brasil, em junho, é possível aclamar Messi como o melhor jogador de seu tempo, um dos maiores de toda a história. Jogue como centroavante, ponta de lança ou ponta-direita, sua chance de ganhar o Mundial existe.

Mas será maior se nas próximas semanas mostrar o que não conseguiu no último sábado, contra o Atlético de Madri: que está completamente recuperado fisicamente.

BARÇA MORTAL

Neymar ainda não foi titular desde que voltou do Réveillon. Anteontem, a ameaça diminuiu porque Alexis Sanchez não jogou bem. Neymar é fundamental ao Barça, mas ainda não é indispensável. Diferente de anos passados, o time atual ganha, perde e empata com Messi, com Neymar e com ou sem ambos.

O MELHOR

O mais provável é que Cristiano Ronaldo seja eleito hoje o melhor do mundo. Será justo. Seu desempenho irretocável não foi premiado por resultados coletivos. Ribéry tem chance porque seu time, o Bayern, foi campeão europeu. Messi corre por fora. Sua única possibilidade se deve ao fato de... ser Messi.


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