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Craques também choram

Cristiano Ronaldo, que impediu o penta de Messi, e Pelé se emocionam ao receber a Bola de Ouro da Fifa, na Suíça

MARCEL RIZZO ENVIADO ESPECIAL A ZURIQUE

Evento com roteiro robotizado, que nos últimos quatro anos ficou repetitivo por ter o mesmo vencedor do prêmio principal, a festa de gala da Fifa que revelou os melhores do futebol em 2013 surpreendeu pela emoção no palco.

Choraram aquele que é considerado o melhor da história do futebol, Pelé, que foi homenageado, e o eleito do ano, Cristiano Ronaldo.

O português de 28 anos, jogador do Real Madrid, finalmente conseguiu voltar a vencer o argentino Lionel Messi, 26, como fizera em 2008. E chorou horas depois de falar que, se perdesse mais uma vez, a "vida seguiria".

"Não consegui me conter. Vi toda minha família ali, meu filho, mãe, namorada. A emoção foi enorme", disse.

No choro havia o desabafo de um atleta pressionado nos últimos anos por estar à sombra do argentino, que, de 2009 a 2012, protagonizou o prêmio de melhor do mundo.

Messi, jogador do Barcelona, terminou em segundo na votação, feita por capitães e treinadores das seleções que são filiadas à Fifa, e por alguns jornalistas. O francês Franck Ribéry, do Bayern de Munique, foi o terceiro.

Rei abatido

Pouco antes das lágrimas de Cristiano, Pelé, 73, recebeu uma Bola de Ouro especial pelo conjunto da obra --e porque, quando jogava nos anos 50, 60 e 70, o prêmio só era dado a atletas da Europa.

Pelé disse que havia prometido à família que não choraria, mas não aguentou.

"Eu via todos esses jogadores recebendo a Bola de Ouro, e o Pelé não tinha", disse.

Ele subiu ao palco do teatro onde o evento ocorreu visivelmente mancando. Ainda está abatido por causa de uma cirurgia que fez em novembro de 2012, no quadril.

A recuperação tem sido lenta, segundo pessoas próximas, e ele fez um grande esforço para viajar à Europa para receber o troféu --o que explica, em parte, a emoção.

O Rei do Futebol deixou o teatro escorado por um integrante de sua equipe, pois não conseguia apoiar bem a perna esquerda no chão.

Mais surpresa

A festa, que foi apresentada pela modelo brasileira Fernanda Lima, teve um desvio no roteiro também quando subiu ao palco o ex-jogador brasileiro Amarildo, que representou a equipe campeã mundial de 1962.

Ele pegou o microfone e falou por quase um minuto, o que gerou um pequeno atraso para o término do evento.

Amarildo, que em 2011 se recuperou de um câncer na garganta, cobrou dos jogadores brasileiros o título da Copa de 2014 para que "a mancha negra" que paira sobre o Maracanã acabe. Ele se referiu a derrota na final do Mundial de 1950, para o Uruguai.

Amarildo substituiu Pelé, machucado, em 1962. E brincou com o ex-companheiro. "Feliz por estar aqui ao lado do Cafu [das Copas de 1994 e 2002] e do Pelé, apesar de ele ter me colocado naquela fogueira em 62", completou, deixando Pelé, que ainda não chorara, sem graça no palco.


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