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Paulo Vinícius Coelho

Campo neutro

A nova era dos dérbis cada turno num campo deve criar uma disputa para saber qual estádio é mais bonito

Luiz Gonzaga Belluzzo se encontrou com o ex-diretor de marketing do Corinthians Luís Paulo Rosenberg no final do ano passado. Lembra-se do diálogo e de ter ouvido uma frase que Rosenberg jura não ter dito, para comparar os novos estádios de Corinthians e Palmeiras: "Quer trocar?"

Belluzzo interpretou a pergunta como uma referência aos modelos de negócio. Rosenberg desmente: "Eu disse apenas que gostaria da localização".

Hoje deveria ser o último Corinthians x Palmeiras em campo neutro antes de se voltar ao modelo pré-Pacaembu, dos anos 30 --turno no campo de um, returno no do outro. O primeiro clássico do Brasileirão, em 27 de julho, terá mando corintiano. Dependendo da desmontagem da arquibancada móvel da Copa do Mundo, o próximo dérbi poderá ser em Itaquera.

Em julho, há chance do primeiro teste no Allianz Parque, do Palmeiras. Clássico mesmo, só quando terminar a disputa com a WTorre pelas vendas de cadeiras cativas.

"O nosso know-how há cem anos é futebol. Não precisamos de um sócio na arena", pensa Rosenberg.

O Corinthians não ganhou um estádio, como se diz. Tem uma dívida com o BNDES de R$ 400 milhões para pagar em dez anos, a partir de 2017. Também tem juros da Odebrecht, porque a construtora pôs a mão no bolso enquanto a verba não foi liberada. O Corinthians terá de destinar ao menos R$ 40 milhões por ano para o financiamento.

O Palmeiras, não. Não pagará nenhum centavo e receberá toda a renda de seus jogos de futebol. Mas entregará à construtora a maior parte das receitas dos shows. Também discute a venda das cadeiras. É seu jeito de pagar o estádio. Nada é de graça!

Rosenberg julga que as receitas de Itaquera permitirão pagar as parcelas do BNDES e ainda deixarão dinheiro em caixa. É possível.

O Palmeiras não está feliz com seu sócio e a recíproca é verdadeira. Na sua história recente, há um exemplo de que é possível ter uma relação saudável e conviver com as discordâncias com o sócio. Não foi fácil relacionar-se com a Parmalat por oito anos. Exigiu diálogo e muita paciência. Mas raras vezes o palmeirense foi tão feliz.

A partir de 2015, é certo que o Palmeiras jogará como visitante em Itaquera. Se o Corinthians vai visitar a nova casa verde depende. O contrato com a WTorre está perto de ir para a arbitragem e pode levar dois anos de discussão. Não se informa se o palco poderá ou não ser inaugurado durante a disputa.

A nova era dos dérbis cada turno num campo deve produzir uma disputa saudável para saber quem tem o estádio mais bonito, o mais acolhedor, quem ganha mais jogos como anfitrião, quem perde menos como visitante.

Para vencer esse clássico, o Palmeiras precisa se lembrar que a primeira palavra de seu próprio nome é sociedade.


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