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Entrevista - Michael Essien

Minha história em Copas do Mundo é algo frustrante

Ausente do mundial de 2010, astro de Gana e do Milan vê Brasil e Espanha favoritos ao título, mas não descarta surpresa africana

RAFAEL REIS DE SÃO PAULO

Bicampeão francês e inglês, vencedor da Liga dos Campeões da Europa e quatro vezes indicado ao prêmio de melhor jogador africano, o volante Michael Essien, 31, tem uma grande frustração.

Sua única participação em Copas do Mundo, em 2006, terminou sem ele em campo. O meia estava suspenso na derrota para o Brasil que tirou Gana nas oitavas de final.

Quatro anos depois, uma lesão no joelho impediu que o volante ajudasse seu time na repetição da melhor campanha africana na histórias dos Mundiais --as quartas.

A partir de junho, o jogador do Milan terá provavelmente sua última chance para não encerrar a carreira com a pior das imagens da competição. "Copa do Mundo é algo frustrante para mim."

Folha - Gana fez a melhor campanha da sua história em 2010, quando foi até as quartas de final. O time atual é mais forte que aquele?
Michael Essien - Não vou falar que é melhor ou pior, mas o que posso dizer é que esse é um time mais experiente, o que é bom para Gana. Estamos quatro anos mais maduros e temos jogadores que já jogaram mais de uma Copa do Mundo. Isso irá nos ajudar muito.

Você ficou fora da Copa de 2010 por lesão. Onde estava na partida contra o Uruguai? Como recebeu a eliminação?
Vi a partida da minha casa em Londres. Estávamos tão perto e deixamos escapar por causa daquela jogada de handebol [Luis Suárez impediu com a mão o gol da classificação ganense] e o pênalti perdido. Jogamos bem, fomos muito competitivos e merecíamos ir às semifinais.

Qual você imagina que seria o efeito de uma classificação africana para as semifinais?
Com certeza seria uma grande arrancada para o futebol africano. Mas estamos bem preparados para alcançar agora o objetivo do qual ficamos tão perto em 2010. Se uma seleção africana ficar entre as quatro melhores não será um grande choque. As pessoas já estão esperando isso de nós.

Você não tem muita sorte em Copas. Além de se machucar em 2010, ficou fora da eliminação de Gana em 2006 por estar suspenso. Essa é a maior frustração da sua carreira?
Não vejo como má sorte, mas Copa do Mundo é algo frustrante para mim. Sei que estar machucado em 2010 faz parte do jogo. Também é normal estar suspenso por cartões. O time sempre foi bem quando ficou sem mim. Tudo isso é muito frustrante, mas sei que o futebol é assim.

Ao contrário da maioria das seleções africanas, Gana é treinada por um técnico local. Que diferença isso faz?
Cada treinador tem seus pontos fortes e suas ideias. Desde que leve seu time à vitória, não importa se ele é africano, europeu ou sul-americano. Nigéria e Egito são bons exemplos de equipes que venceram a Copa Africana de Nações com técnicos africanos porque o treinador e os jogadores conseguiram se unir e trabalhar juntos.

O sorteio da Copa não foi muito generoso com vocês. Dá para acreditar na classificação?
Realmente foi um sorteio difícil. Todas as quatro seleções têm chances reais de se classificar. Não teremos nenhum jogo fácil na Copa do Mundo e temos que estar prontos para isso.

O que será pior de enfrentar: o jogo coletivo da Alemanha ou Cristiano Ronaldo?
Será igualmente difícil enfrentar todos os adversários do Grupo G. Nunca achamos um rival mais fraco. Vamos nos preparar bem para Alemanha, Portugal e Estados Unidos e jogaremos nosso máximo contra todos eles para alcançar nosso objetivo.

E qual é esse objetivo?
O primeiro é fazer uma boa estreia [contra os EUA, 16 de junho] para irmos confiantes para as outras partidas. A principal meta é passar da primeira fase e aí sim vamos pensar no que vem pela frente. Esses são os nossos objetivos principais para chegarmos o mais longe que pudermos.

Quem vence a Copa?
É difícil escolher um só. São quatro ou cinco times que podem vencer a Copa. Coloco entre os favoritos a Espanha, que defende o título de 2010, e o anfitrião Brasil. Talvez tenha chegado a hora de um africano. Quem sabe?


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