Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Esporte

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Ele fala com os pés

Novo xodó da torcida do Corinthians depois de marcar dois gols contra o Comercial, anteontem, Luciano, 20, é conhecido por ser acanhado e pela fama de 'talismã'

ALEX SABINO DE SÃO PAULO

Antes de deixar o Avaí e se transferir para o Corinthians, Luciano, 20, foi chamado para uma conversa com os meias Cléber Santana e Marquinhos. Os experientes meias, ambos com mais de 30 anos, deram um conselho ao novato: seja menos tímido.

"Eu não gosto de falar muito. Não estou acostumado", balbuciou na saída do Pacaembu, após ter feito dois gols na vitória sobre o Comercial, na última quarta-feira.

Ele tinha pressa para se encontrar com os pais, que estavam no estádio. A comemoração foi discreta, ao estilo do reforço contratado sem festa.

"A gente precisa ter cuidado porque ele é um jogador que vai oscilar em campo", avisou Mano Menezes, já deixando claro que Luciano não passou a ter lugar garantido.

Foi uma tentativa de conter a empolgação. Tanto assim que o clube resolveu blindá-lo por alguns dias. Não o deixou falar com a imprensa ontem. Recomendou que não desse entrevistas por telefone.

Quanto a isso, não existe motivo para preocupação porque encarar o microfone não é o esporte preferido dele. O jogador não quis nem mesmo dar uma entrevista coletiva de despedida quando deixou o futebol catarinense.

A Plus Sports, grupo de investimento, comprou os direitos sobre o jogador e repassou 25% para o Corinthians.

Na curta carreira, ele carrega a imagem de talismã. Aquele tipo de jogador que sai do banco para fazer gols.

Sem saber que iria para o Parque São Jorge, alguns colegas do Avaí chegaram a dizer que ele tinha a mesma característica de Tupãzinho.

O meia-atacante de 25 anos atrás fez história no Corinthians por marcar gols em momentos salvadores. Foi dele o lance que resultou no primeiro brasileiro do time, em 1990.

Luciano vendeu a imagem de estar acostumado a fazer gols em estreias. "No Atlético-GO, estreei contra o Internacional-RS e fiz gol. O mesmo aconteceu no Avaí", lembra.

É uma licença poética porque a partida contra o Comercial não foi a primeira pelo Corinthians. Ele havia entrado na rodada anterior, diante do Rio Claro. Mas foi uma substituição aos 44 min do 2º tempo. Nem tocou na bola.

De fato, sua primeira jogada com a camisa alvinegra foi um gol, ao completar cruzamento de Uendel, menos de um minuto após ter entrado na vaga de Guerrero. "O pessoal pode até achar que foi sorte. Mas eu estava no lugar certo, não estava?", questionou.

Nenhuma dúvida houve quanto a sorte ou azar no segundo, em chute colocado e cruzado no canto esquerdo. Lance que arrancou admiração até dos companheiros. "Ele mostrou a que veio. Foi um golaço", diz o zagueiro Gil.

Ao sair do vestiário, além de encontrar os pais, telefonou para os amigos, com quem perde um pouco da timidez.

"Sou um pouco calado mesmo, mas entrei com confiança no jogo. O gol me deixou à vontade também para mostrar o que sei. A torcida gosta de jogador que dá sangue e eu sou assim", completou, antes de ir comemorar a primeira noite como herói da torcida.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página