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Com curiosidade na bagagem, inglês pedala pelas 12 cidades da Copa
Ciclista começou a viagem em Porto Alegre há um mês e meio e pretende chegar a Manaus no dia da abertura do Mundial
Passaram-se só 43 dias dos cinco meses que vai pedalar pelas 12 sedes da Copa, mas o inglês Andy Smith, 35, já coleciona surpresas.
Desde 18 de janeiro, quando começou a usar o asfalto como passarela dos 8.851 km de Porto Alegre a Manaus, o ex-gerente contábil descreve o país do Mundial em um blog, com textos e fotos. Pretende "experimentar lugares em vez de apenas passar por eles em um carro ou ônibus".
Ele deixou o emprego em Londres em 2013 com dinheiro suficiente para percorrer o Brasil do Sul ao Norte.
O sonho é chegar à capital do Amazonas em 12 de junho, dia da abertura da Copa e antevéspera da estreia da seleção inglesa, contra a Itália, na Arena Amazônia.
Smudger, apelido britânico para Smith, já alcançou um objetivo no país: ser sorteado pela Fifa --ou seja, estar habilitado para comprar os ingressos-- para assistir a todos os jogos do time inglês.
Desde criança, é fã de futebol. Já o ciclismo é uma paixão dos últimos cinco anos.
O inglês tem ainda outra missão: arrecadar fundos para duas instituições beneficentes (os projetos da fundação Laureus e do Watford, time de sua terra natal).
ROCK?!
Sobre a bicicleta e carregando mais 45 kg em equipamentos, esse homem solteiro de 1,85 m já se viu diante de fatos inesperados algumas vezes nestas terras.
Na passagem pelo Sul, precisou ver para crer na influência da cultura alemã sobre a região. Também se espantou em como muitas pessoas gostam mais de ouvir o "antigo rock britânico" do que samba (aliás, o site do ciclista é smudgersambacycle.org).
Lá também escreveu que esperava encontrar mais mulheres como a supermodelo gaúcha Gisele Bundchen.
O tom mais cinza da aventura até o momento ele percebeu em São Paulo. A viagem da capital paulista para Santos decidiu fazer de ônibus porque foi alertado que o trajeto não seria seguro.
Em São Paulo e no Rio, aproveitou os dias de descanso para assistir à derrota do Corinthians para o Bragantino (2 a 0) no Pacaembu e a vitória do Flamengo contra o Vasco (2 a 1), no Maracanã.
No estádio da final da Copa, notou que a arquibancada não estava lotada, segundo ele mesmo, porque era um campeonato regional, as torcidas têm medo de violência e o preço do ingresso (R$ 80) era alto demais. "Mas foi incrível estar lá", descreveu.
Assim, seja hospedado em uma pousada ou convidado por uma família a dormir em uma casa, o inglês vai narrando cada episódio e pedalando ainda um pouco mais até se deparar com praias, prédios e estádios da Copa.
