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FBI aponta corrupção na escolha do Qatar

COPA-2022
Segundo jornal inglês, investigação concluiu que ex-vice-presidente da Fifa recebeu US$ 1,2 milhão

RAFAEL REIS ENVIADO ESPECIAL A ZURIQUE

As suspeitas de corrupção na eleição que escolheu o Qatar como sede da Copa de 2022 voltaram à tona. E com mais força do que nunca.

O jornal inglês "The Telegraph", baseado em uma investigação conduzida pelo FBI (polícia federal dos EUA), publicou que o então vice-presidente da Fifa, Jack Warner, de Trinidad e Tobago, recebeu US$ 1,2 milhão (cerca de R$ 2,8 milhões) de Mohamed Bin Hammam, articulador e financiador da campanha do país árabe para receber o Mundial.

Documento do dia 15 de dezembro de 2010, duas semanas após a vitória do Qatar sobre EUA, Coreia do Sul, Japão e Austrália, comprovaria a transação entre os cartolas.

Nele, a Jamad, uma empresa de Warner, pede o pagamento de US$ 1,2 milhão à Kemco, de propriedade de Bin Hammam, por trabalhos realizados entre 2005 e 2010.

Além do dirigente Jack Warner, que também ocupava a presidência da Concacaf, seus filhos e um dos seus funcionários receberam dinheiro da Kemco: US$ 750 mil (R$ 1,7 milhão) para os familiares e mais US$ 400 mil (quase R$ 940 mil) para o empregado.

Warner era um dos 22 integrantes do comitê executivo da Fifa que tinham direito a voto na escolha das sedes da Copa de 2018, vencida pela Rússia, e do Mundial de 2022.

O dirigente renunciou a todas as suas funções no futebol em 2011, depois de ser suspenso da entidade por ter se envolvido em outro escândalo de corrupção envolvendo o nome de Bin Hammam.

O então vice-presidente foi acusado de oferecer um suborno de US$ 40 mil (pouco mais de R$ 93 milhões) a cada federação caribenha pelo apoio à candidatura do dirigente do Qatar à presidência da Fifa.

Bin Hammam queria enfrentar o suíço Joseph Blatter nas eleições de 2011. Com o escândalo, o asiático retirou a candidatura, e o suíço foi eleito pela quarta vez.

Assim como Warner, Bin Hammam também renunciou às funções que ocupava depois de ser suspenso pela vida toda pela Fifa --e derrotá-la em tribunais superiores devido à falta de evidências.

Com as renúncias, o comitê de ética da entidade pôs fim às investigações.

O caso, no entanto, levantou suspeitas de que Bin Hammam poderia ter tentado comprar votos também na escolha da sede da Copa-2022.

Afinal, a vitória do Qatar foi surpreendente: um país pequeno, de pouquíssima tradição no futebol e com um clima que dificulta a realização dos jogos --a Fifa estuda transferir a Copa para dezembro ou janeiro para fugir do calor do verão no deserto.

Devido às suspeitas, fortalecidas por denúncias de que cartolas ofereciam seus votos em troca de presentes, a entidade decidiu mudar o esquema de votação para sede do Mundial de 2026.

A eleição deixará de ser restrita ao comitê executivo e terá votos de todas as federações filiadas à entidade.

OUTRO LADO

Em nota oficial, o comitê organizador qatariano da Copa-2022 negou qualquer irregularidade e disse que "aderiu estritamente aos regulamentos de candidatura da Fifa, em conformidade com o seu código de ética".

Já a Fifa argumentou que "qualquer evidência de potencial corrupção pode ser investigada de forma independente pelo comitê de ética".


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