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Guindaste afundou no Itaquerão, diz laudo

ACIDENTE
Estudo da UFRJ mostra que solo estava mole e não sustentou peso da máquina no acidente de 2013

EDUARDO GERAQUE DE SÃO PAULO

O afundamento do solo que sustentava o guindaste destruído em novembro do ano passado, na obra do Itaquerão, é a causa do acidente, segundo laudo da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

O estudo, que ainda será divulgado nas próximas semanas pela Coppe (instituto de engenharia da UFRJ), obtido pela Folha, foi encomendado pela empresa Liebherr, construtora do guindaste. A peça, orçada em R$ 40 milhões, teve perda total e virou sucata.

As análises feitas em seis pontos onde as esteiras do guindaste estavam apoiadas mostram que o solo era muito mais mole do que deveria ser.

Enquanto a medida ideal de firmeza do terreno calculada para o local do acidente é de pelo menos 80%, as análises detectaram um índice "muito baixo", de 13%.

Em outra avaliação da compactação do terreno, as medições deram um número médio de 6,3, enquanto o ideal, segundo os autores do trabalho, seria um valor igual a 10.

"A inadequada compactação do aterro de suporte ao guindaste fica evidente através dos estudos realizados", revela o laudo assinado pelo engenheiro civil Antônio Carlos Guimarães, da UFRJ.

Várias outras medidas foram feitas nos arredores do Itaquerão, onde o guindaste caiu. Tudo indica, pelo estudo, que a parte de trás da máquina afundou primeiro.

O guindaste empinou e, as hastes metálicas se quebraram depois, na base.

O laudo também mostra que a proteção do solo, feita como brita, não era adequada para uma máquina que ergue até 1.500 toneladas (a peça do acidente tinha 420 t).

Na época do acidente, a Odebrecht disse que o guindaste estava sobre uma base de brita com chapas de aço, seguindo o procedimento padrão, e que o acidente não teve relação com afundamento do solo (veja mais ao lado).

O guindaste tinha uma torre de 114 metros e era considerado "o maior do Brasil".

Dias antes do acidente, havia chovido na zona leste de São Paulo, o que ajudou a piorar as condições do terreno.

Quando o acidente que matou dois operários ocorreu, em 27 de novembro de 2013, várias hipóteses foram levantadas. Nenhuma ainda foi descartada de forma oficial.

Erro humano ou possível falha no próprio guindaste também estão em análise.

O laudo da UFRJ é apenas uma das peças técnicas que estão sendo elaboradas.

Além da investigação criminal, existe um laudo técnico oficial em preparação pelo IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) para subsidiar os processos jurídicos.


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